Os sócios do Barcelona votaram, na noite de domingo, a favor da parceria do Conselho de Administração com a Goldman Sachs, em um acordo de 1,5 bilhões de euros (R$ 9,65 bilhões na cotação atual) para o início do projeto "Espai Barça". Pela primeira vez na história do clube foi realizado um referendo onde 88% dos sócios deram luz verde à renovação do estádio Camp Nou, bem como de estruturas próximas ao local, em um projeto que permitirá dinamizar a atividade do clube em Barcelona.
"Tem sido um sucesso para os torcedores do Barcelona", ponderou o presidente Joan Laporta sobre a votação, que teve uma participação de 44,2% dos torcedores. Prevê-se que, dos 1,5 bilhões de euros, a maior parte do investimento recaia no novo Camp Nou, cuja soma será de 900 milhões de euros (R$ 5,8 bilhões) e que aumentará a sua capacidade para 105 mil espectadores.
##RECOMENDA##Outros 420 milhões de euros (R$ 2,7 bilhões) serão investidos no novo Palau Blaugrana, o ginásio do clube, onde poderão ser realizados eventos de todos os tipos, como concertos ou espetáculos. Haverá ainda o gasto de 100 milhões de euros (R$ 643,8 milhões) em despesas de urbanização e outros 60 milhões de euros (R$ 386,2 milhões) em investimentos metropolitanos, para além dos 20 milhões de euros (R$ 128,7 milhões) que o estádio Johan Cruyff, campo de treinamentos, custou.
O financiamento terá de ser pago em 35 anos, sendo os primeiros cinco de carência. Conforme explica o clube, o investimento será financiado com a receita adicional gerada pelas novas instalações, que preveem ser de 200 milhões de euros (R$ 1,28 bilhão) brutos por ano.
Inicialmente, as obras devem começar no final da atual temporada, em junho de 2022. De acordo com o calendário previsto, a inauguração deverá ocorrer no último trimestre de 2025. Antes disso, a entidade pretende vender os "naming rights" do Camp Nou por um valor de cerca de 200 milhões de euros em um prazo máximo de 10 anos para garantir rentabilidade extra.
Por outro lado, um resultado favorável para o projeto "Espai Barça" implica que, durante a segunda temporada dos trabalhos, o clube catalão não poderá mandar os seus jogos no Camp Nou devido às obras. A entidade prevê perdas de 400 milhões de euros (R$ 2,57 bilhões) em bilheteira, embora o Barcelona esteja considerando diferentes locais para suas partidas, sendo o estádio Olímpico Lluís Companys uma das opções.
Um terço dos 200 milhões de euros de receita anual adicional que o Barcelona espera gerar será usado para pagar a Goldman Sachs. O restante será utilizado para encher os cofres dos negócios normais da entidade.
O clube encerrou o exercício de 2020-2021 com perdas de 481 milhões de euros (R$ 3,1 bilhões), face aos números negativos de 97 milhões de euros (R$ 624,4 milhões) da temporada 2019-2020, e prevê regressar aos números negativos no corrente ano - cerca de 5 milhões de euros (R$ 32,2 milhões) em perdas.