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Após quatro dias e 15 votações, o republicano Kevin McCarthy foi eleito presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos na madrugada deste sábado (7), após uma disputa acirrada dentro do partido.

Depois de várias negociações, o grupo rebelde formado por apoiadores do ex-presidente Donald Trump cedeu e permitiu a nomeação deste californiano de 57 anos por maioria simples.

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Assim terminou uma estagnação sem precedentes em mais de 160 anos que prevê debates agitados e tensões no Congresso americano nos próximos dois anos.

“É hora de governar com responsabilidade e garantir que colocamos os interesses das famílias americanas em primeiro lugar”, disse o presidente Joe Biden após a eleição, afirmando estar “preparado para trabalhar com os republicanos”.

- Mandato difícil -

Ao longo da semana, esse núcleo de representantes conservadores aproveitou a apertada maioria republicana na Câmara conquistada nas eleições de meio de mandato de novembro para bloquear a nomeação.

Não diminuíram a pressão até obter garantias significativas, entre elas a aplicação de um procedimento para facilitar a destituição do presidente da Câmara.

Finalmente eleito, McCarthy substitui a democrata Nancy Pelosi no cargo de "speaker", embora saia enfraquecido deste processo que provavelmente implicará um mandato muito difícil.

"Temos que colocar os Estados Unidos de volta aos trilhos", disse McCarthy antes de fazer o juramento.

Na agenda dos próximos meses estão negociações para elevar o limite da dívida pública americana, o financiamento do Estado federal e, provavelmente, a liberação de ajuda adicional para a Ucrânia.

No poder da Câmara Baixa, os republicanos prometeram lançar uma série de investigações sobre a gestão da pandemia por Biden e a retirada do Afeganistão.

"É hora de exercer controle sobre a política do presidente", enfatizou McCarthy do plenário.

Sem o controle das duas casas, ao contrário do que aconteceu após sua posse em 2021, Biden não pode aspirar grandes aprovações de leis. Mas com o Senado nas mãos dos democratas, os republicanos também não.

- Caos na Câmara -

Ao longo desse processo de nomeação, o partido de Biden denunciou o domínio dos trumpistas --muitos dos quais ainda se recusam a admitir a derrota em 2020-- no Partido Republicano, dois anos após o ataque ao Capitólio que terminou com cinco mortos.

"O caos na Câmara dos Representantes é apenas mais um exemplo de como uma faixa extrema... nos impede de governar", disse o líder democrata no Senado, Chuck Schumer.

Mas sem maioria na Câmara desde as eleições de novembro, os democratas também não tiveram apoio para que seu candidato a "speaker", Hakeem Jeffries, vencesse a eleição.

O processo parecia interminável, com maratonas de negociações nos corredores do Capitólio e uma horda de jornalistas captando cada declaração dos representantes rebeldes.

Sem o "speaker", a terceira figura política mais importante dos Estados Unidos depois do presidente e do vice-presidente, os representantes não poderiam assumir seus cargos e, consequentemente, nem votar os projetos de lei.

A raiva era palpável entre os membros do Grand Old Party, como é chamado o Partido Republicano, que apoiou de forma esmagadora a candidatura de McCarthy, levando a debates acalorados.

Muitos deixaram o complexo em protesto contra o discurso de Matt Gaetz, um dos representantes eleitos que lideraram a rebelião.

O americano de origem brasileira George Santos, eleito para o Congresso dos Estados Unidos mentiu sobre seu currículo, segundo investigação do The New York Times, levando seu adversário a exigir sua renúncia antes mesmo de assumir o cargo.

Santos, um republicano eleito para a Câmara dos Representantes pelo 3º distrito do estado de Nova York, derrotou o democrata Robert Zimmerman nas eleições de meio de mandato de 8 de novembro.

Mas o jornal NYT revelou que Santos, filho de imigrantes brasileiros nascido no Queens e um candidato abertamente gay, pode ter mentido em vários pontos de sua biografia, alegação que ele tachou de caluniosa.

Santos disse não ter ficado surpreso de ter "inimigos no New York Times tentando manchar seu bom nome com essas acusações difamatórias", de acordo com nota divulgada por Joseph Murray, advogado do congressista eleito.

Segundo a reportagem do NYT, Santos mentiu sobre uma licenciatura em finanças no Baruch College, de Nova York, em 2010, e sobre experiências profissionais no Citigroup Bank e no Goldman Sachs Investment Bank.

Porta-vozes dessas três entidades garantiram ao jornal que não encontraram registros de Santos, que deve tomar posse em Washington no início de janeiro.

O Baruch College confirmou à AFP que não encontrou em seus arquivos um George Santos graduado por volta de 2010.

Além disso, o NYT colocou em dúvida o funcionamento da instituição de caridade Friends of Pets United, supostamente dirigida por Santos, e apontou que a Devolder Organization, sua consultora, "é um mistério".

No balanço financeiro apresentado à Câmara em setembro, o legislador eleito afirma que a empresa pagou a ele um salário de 750 mil dólares e dividendos entre um e cinco milhões de dólares.

Porém, a reportagem indica que o formulário não inclui "qualquer informação sobre clientes que possam ter contribuído para essa quantia, uma aparente violação da exigência de divulgar qualquer compensação de mais de cinco mil dólares de uma única fonte".

"A verdade é que Santos mentiu totalmente para os eleitores (...) e não merece representar Long Island e Queens", reagiu Zimmerman.

O democrata pediu a renúncia de Santos e uma "investigação imediata por parte da Comissão de Ética da Câmara dos Representantes e da Comissão Eleitoral Federal".

No estado de Nova York, considerado pró-democratas, várias cadeiras da Câmara passaram para os republicanos em novembro, contribuindo para sua apertada maioria. Os democratas, no entanto, mantiveram o controle do Senado.

Os democratas começaram a apresentar, nesta quarta-feira, suas alegações iniciais no julgamento político de Donald Trump no Senado, um dia depois de a sessão para fixar as regras do processo revelar uma coesão na maioria republicana - o que aponta para a provável absolvição do mandatário.

O deputado democrata Adam Schiff, titular da Comissão de Inteligência da Câmara dos Representantes, encarregado da acusação contra Trump, subiu ao palaque do Senado para argumentar que o presidente deveria ser afastado do cargo devido às acusações de abuso de poder e de obstrução do Congresso.

"O presidente mostrou que acha estar acima da lei", disse Schiff, que liderou a investigação contra Trump na Câmara dos Representantes.

"O presidente Trump solicitou interferência estrangeira em nossas eleições, abusando do poder de seu mandato para buscar ajuda no exterior e melhorar suas chances de reeleição", disse o deputado e arrematou que, quando o mandatário foi flagrado, "utilizou os poderes a seu alcance para obstruir a investigação".

Os sete membros da Câmara baixa que representam a acusação vão ter três sessões de oito horas para expôr seus argumentos contra Trump.

Suas acusações apontam que o presidente abusou de seu poder quando tentou pressionar a Ucrânia para interferir nas eleições de 2020 a ser favor, sugerindo que seu homólogo Volodimir Zelenski investigasse os negócios do filho de Joe Biden, que poderia ser seu rival democrata nas presidenciais de novembro.

Enquanto isso, a defesa terá um tempo equivalente, também em três blocos. Depois, há 16 horas para as perguntas.

Na terça-feira, antes de o processo abordar as acusações que pesam sobre Trump, os republicanos e a oposição democrata travaram uma dura batalha pelas regras do procedimento que se estendeu durante 13 horas até de madrugada.

Todas as tentativas dos democratas de citar testemunhas cruciais ou obter documentos foram bloqueadas pela maioria republicana, que tem 53 dos 100 assentos.

O controle férreo demonstrado pelo líder da maioria, Mitch McConnell, mantendo a bancada governista unida, é um sinal de como o julgamento deve se desenrolar - chegando provavelmente à absolvição do mandatário, que tenta se reeleger.

De Davos, onde participa do Fórum Econômico Mundial, Trump diminuiu o "impeachment" com seus termos habituais de "caça às bruxas" e "farsa", enquanto disse esperar que a maioria republicana do Senado absolva-o "rapidamente".

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, controlada pela oposição democrata, votará nesta quinta-feira (8) uma medida para impedir que o presidente Donald Trump entre em guerra com o Irã depois de matar um representante do governo iraniano, disse a presidente da câmara, Nancy Pelosi.

Pelosi declarou que os democratas tomaram essa decisão porque suas preocupações não foram dissipadas nesta quarta-feira em um encontro a portas fechadas com o secretário de Estado, Mike Pompeo.

"O presidente deixou claro que não tem uma estratégia coerente para manter a população segura, diminuir a tensão com o Irã e garantir a estabilidade da região", afirmou Pelosi através de um comunicado.

"Nossas preocupações não foram atendidas pela insuficiente notificação do presidente por meio da Lei de Poderes de Guerra e pelo encontro de hoje" com membros do governo, afirmou.

Sob a Ata de Poderes de Guerra de 1973, o governo deve notificar o Congresso sobre importantes ações militares, mas Trump enviou de maneira incomum, como documento restrito, sua justificativa para o ataque que matou o poderoso general iraniano Qassem Soleimani no Iraque.

Pelosi disse que a Câmara dos Representantes votaria, de acordo com a lei de 1973, para limitar a capacidade de Trump de iniciar uma guerra contra o Irã.

A legisladora disse que a casa também pode considerar em breve a revogação da autorização do uso da força, que foi concedida ao Executivo após os ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.

Desde então, três governos invocaram essa autorização como justificativa legal para a realização de uma série de ações militares no mundo islâmico.

Mas é improvável que qualquer medida que tente restringir Trump seja aprovada no Senado, pois seu partido, o Republicano, tem maioria.

O presidente norte-americano, Barack Obama, pediu neste sábado, 8, que os parlamentares aprovem um projeto de lei para reforma do sistema de imigração que o Senado deve debater nesta semana. "Por anos, nosso desatualizado sistema de imigração prejudicou nossa economia e ameaçou nossa segurança", afirmou ele em discurso semanal na rádio. "O projeto de lei perante o Senado não é perfeito. É um compromisso. Ninguém consegue tudo o que quer - nem os democratas, nem os republicanos, nem eu", disse.

O projeto de lei bipartidário requer importantes avanços em segurança na fronteira, programas de visto para trabalhadores de alta e baixa qualificação, expansão de um sistema abrangente de online de verificação para os empregadores. "São todas medidas de senso comum", disse o presidente dos EUA. "Não há motivo para o Congresso não poder trabalhar junto para encaminhar um projeto de lei para minha mesa até o fim do verão."

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O documento precisa de 60 votos para ser aprovado pelo Senado e, posteriormente, será destinado à Câmara dos Representantes, onde seu destino é incerto e os parlamentares estão elaborando sua própria legislação. Desde a derrota nas eleições presidenciais de 2012, os líderes republicanos mudaram de posições e agora apoiam a reforma do sistema de imigração, a fim de reconquistar o eleitorado hispânico, cuja influência deve crescer nas próximas votações.

Mas a ala direita do partido ainda representa um obstáculo, com os conservadores resistindo ao que veem como uma "anistia" aos imigrantes que descumpriram a lei ao permanecerem no país ilegalmente.

O presidente pediu aos norte-americanos que ajudem a defender a legislação: "Digam a eles que nós temos o poder de fazer isso de um modo que faz jus à nossa tradição como uma nação de leis, e uma nação de imigrantes."

A Câmara dos Representantes, de maioria republicana, aprovou um pacote de US$ 50,5 bilhões para ajudar os estados do nordeste dos Estados Unidos a se reconstruírem, após a passagem da supertempestade Sandy. A medida foi aceita na noite dessa terça-feira (15) com vitória de 241 votos contra 180. O pacote deve ser aprovado pelo Senado, de maioria democrata, na próxima semana, onde deverá receber uma recepção mais amigável do que na Câmara.

O projeto de lei diz respeito a fundos para uma série de projetos que as autoridades do nordeste norte-americano consideram vitais para a recuperação da região. A verba ajudará a reconstruir grande parte do sistema de trânsito, residências e áreas costeiras danificadas.

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Esta é a segunda medida aprovada pela Câmara para ajudar as vítimas da supertempestade Sandy em janeiro. No começo do mês, os parlamentares aceitaram um pacote de US$ 9,7 bilhões, que permitiu que o Programa Nacional de Seguro contra Enchentes continuasse a pagar as reivindicações de milhares de proprietários que sofreram danos na costa leste do país. O fundo, responsável por quase todo o seguro contra enchentes nos EUA, ficaria sem dinheiro na segunda semana do ano, em grande parte por causa dos gastos relacionadas à Sandy.

No dia 2 de janeiro, em uma decisão que surpreendeu muitos, os líderes da Casa dos Representantes informaram que não haveria mais votações na Casa até que um novo Congresso fosse empossado, o que significou um revés nos esforços para aprovar rapidamente um plano de US$ 60 bilhões para ajudar a região nordeste do país a se reconstruir após a passagem da Sandy. As informações são da Dow Jones.

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