Tópicos | Cadê o absorvente?

Inspirado pelo curta-metragem Period, vencedor do Oscar de melhor curta-documentário que expõe as condições básicas menstruais de mulheres da Índia, o movimento brasileiro “Cadê o Absorvente?” vem denunciando uma realidade similar à do documentário, que mostra como o assunto é invisibilizado e como menstruar com dignidade ainda é difícil em um país que enfrenta situações de extrema pobreza.

Idealizado pelas empresas filiais Herself e Herself Educacional, que atuam no combate à pobreza menstrual desde 2018, o movimento lançou um abaixo-assinado online para chamar a atenção das pessoas para o fato de que 26% das adolescentes brasileiras entre 15 e 17 anos não têm acesso a produtos higiênicos durante o período menstrual. O dado faz parte de uma pesquisa realizada há dois anos pela marca de cuidados íntimos Sempre Livre.

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A petição já reúne mais de 40 mil assinaturas e está disponível na plataforma Change.org.

“A gente busca ter cada vez mais dados para conseguir tangibilizar esse impacto’’, afirma Raíssa Assmann Kist, cofundadora da Herself, ressaltando que os absorventes têm um preço muito alto no Brasil e que famílias de baixa renda não possuem conhecimento da existência e uso de outros produtos, como coletores.

Muitas mulheres precisam escolher entre comprar comida ou um protetor menstrual. Englobando todos que menstruam (como homens trans), entre as propostas do movimento estão a elaboração de políticas públicas para esse público, como a distribuição de absorventes sustentáveis em postos de saúde e presídios, a redução de impostos sobre os protetores menstruais, a criação de cooperativas de produção de absorventes com mulheres em situação de vulnerabilidade e a inclusão do produto nas cestas básicas.

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