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Quieto e com um olhar meio desconfiado, um torcedor se aproximou ao alambrado do Estádio Cornélio de Barros. Foi o treino do Carcará, na tarde desta terça-feira (27), que atraiu a atenção do senhor, às vésperas da equipe sertaneja participar de uma das maiores partidas da sua história. Devidamente vestido com a camisa de tons verdes do Salgueiro, o torcedor em questão acompanhou a movimentação sem muitos comentários ou qualquer outro tipo de manifestação.
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O silêncio, entretanto, não faz parte das caraterísticas desse torcedor, conhecido na cidade de Salgueiro como Tarcísio. Ele é um dos símbolos das arquibancadas do time local, onde por muitos jogos utilizou uma buzina que, de acordo com ele, serve para incentivar e animar o Carcará. Por meio de uma ação promovida pelo Sport e acatada pela justiça, Tarcísio está proibido de acompanhar os jogos no estádio do município portando o objeto. A alegação dos rubro-negros é que o instrumento atrapalha a comunicação entre os integrantes da comissão técnica e atletas.
Pintor aposentado, Francisco Gomes, 51 anos, apelidado pelos populares como Tarcísio da Buzina, não perde os jogos do Salgueiro em casa. E quem já viu o Carcará atuando no Cornélio de Barros provavelmente recorda do intenso barulho causado pelo objeto. Mas por ordem da justiça, a buzina deve ficar em silêncio nesta quarta-feira (28), quando o time sertanejo enfrenta o Leão da Ilha do Retiro pela final do Campeonato Pernambucano 2017. A proibição foi extremamente lamentada por Tarcísio e entre outros torcedores do Carcará.
Logo após o treino do Salgueiro, Tarcísio foi para a frente do Estádio Cornélio de Barros. Se juntou a outros torcedores do Carcará e, em conversa com o LeiaJá, reforçou seu desconforto contra a proibição. “Chato demais! Onze anos usando a buzina no estádio, nunca teve confusão aqui. A buzina não machuca ninguém”, lamentou o torcedor ilustre. Tarcísio ainda adiantou que ele e outros torcedores devem realizar um protesto, nas proximidades do estádio, horas antes da partida desta quarta-feira. No entanto, ele preferiu não revelar os detalhes da manifestação, mas deixou a entender que pode haver um “buzinaço”.
Do lado de fora do estádio, Tarcísio da Buzina criticou a proibição e quebrou o silêncio ao botar para funcionar o polêmico instrumento. Ele também contou com o apoio de outros torcedores:
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Em apoio a Tarcísio, o comerciante Cícero José Neves, de 42 anos, também criticou a proibição e principalmente as mudanças nas datas da final do Pernambucano. Para o torcedor, a torcida salgueirense está bastante revoltada com todos esses problemas. “O Salgueiro chega com raiva, por tudo que vem fazendo contra o clube. Tudo para o Salgueiro está sendo proibido, seja buzina ou batucada na arquibancada. Nós estamos sendo prejudicados”, disse Cícero.
De acordo com o torcedor, o protesto desta quarta-feira vai focar, principalmente, no pedido pelo retorno da buzina. “No protesto nós queremos mostrar a verdade do que vem acontecendo. A buzina nunca atrapalhou ninguém, pelo contrário, ela é um símbolo da nossa cidade e da nossa torcida”, finalizou o torcedor do Carcará.
Salgueiro e Sport iniciam a batalha pelo título às 21h45.Na primeira partida, realizada no Recife, o jogo terminou em 1x1. Nesta quarta-feira, caso haja um novo empate, o desfecho será por meio de penalidades.