Os Boy Scouts of America acolherão em suas fileiras crianças transgênero, anunciou o grupo de escoteiros na segunda-feira (30), em uma decisão que representa uma mudança total de sua política tradicional a respeito.
O diretor-executivo da organização, Michael Surbaugh, disse que o grupo agora permitirá que pessoas que não se reconheçam como pertencentes ao sexo com o qual foram inscritas ao nascer possam ingressar nela, deixando para trás definições centenárias. "Percebemos que tomar as certidões de nascimento como ponto de referência não é mais suficiente", afirmou Surbaugh em uma declaração.
"As leis e as comunidades agora interpretam a identidade de gênero de uma maneira diferente. E estas novas leis variam amplamente de um estado a outro", observou Zach Wahls, fundador do grupo Scouts pela Igualdade, que saudou o "passo histórico" dado pela organização.
"Estamos enormemente orgulhosos de Joe Maldonado - o menino transgênero de Nova Jersey cuja expulsão no ano passado acendeu esta controvérsia nos escoteiros americanos - e de sua mãe Kristie por sua valentia ao fazer o que eles sabiam que era certo", disse Wahls em um comunicado. "Também nos sentimos orgulhosos dos Boy Scouts por decidirem fazer o certo", acrescentou.
A decisão completa uma medida anterior, de 2013, de admitir os homossexuais. Com 2,3 milhões de membros e cerca de um milhão de adultos voluntários, a filial americana é uma das mais importantes dos Boy Scouts em nível internacional.