Tópicos | Blairo Maggi

Integrante de um dos maiores grupos empresariais do país e com um bom trânsito na cúpula do governo, o ex-governador e senador Blairo Maggi (PR-MT), líder da bancada no Senado, traça um cenário pessimista para o governo não economia e na política.

"A leitura que faço do momento político é muito nebulosa. Daqui para a frente vamos ter crise no Congresso com as acusações. E acho que a consequência será o do governo não conseguir avançar com projetos dentro do Congresso. Acho que nessa hipótese o Palácio sai um pouco do foco e se concentra mais aqui. Mas terá consequências importantes, porque de fato matérias importantes e reformas num ambiente desse é muito complicado passar."

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Para ele, trata-se do pior momento do governo no Congresso. "Em relação ao Congresso, é. Plantou-se isso. Eu pessoalmente não tenho reclamação do Planalto. Mas eu vejo as reclamações dos meus colegas e de lá da Câmara da dificuldade que é o governo em si, não só com a presidente. Há reclamações dos ministros, de como eles conduzem, da falta de resposta, de agilidade, da falta de sensibilidade. Tudo isso, quando chega a hora de o governo necessitar aqui, vai contra o próprio governo".

Sobre economia, diz não acreditar em melhora. "Não acredito numa melhora do cenário. Acredito numa piora do cenário para os próximos meses e anos. E digo que é necessário, se não fizermos um arrocho agora, essa conta vai ficar mais cara lá na frente. Essa inflação de hoje, se ela não for domada com as medidas que o governo está propondo, e acho que a sociedade entende o arrocho, elas nos pega lá na frente com muito mais força e ai a vaca vai para o brejo."

Integrante de um dos maiores grupos empresariais do País e com um bom trânsito na cúpula do governo, o ex-governador e senador Blairo Maggi (PR-MT), considera que o momento atual é o pior da relação do Congresso com o Palácio do Planalto. Em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, Maggi revelou que, em meio aos atritos da base com o governo, uma parte dos integrantes da bancada na Câmara não descarta uma debandada. "Já ouvi esse barulho na Câmara. Agora mesmo na eleição da Mesa nas discussões com o PT, houve sim manifestações neste sentido de deixar a base".

Segundo ele, no Senado, na primeira reunião do bloco (PR, PTB, PSC e PRB), o sentimento apresentado foi o de cautela com os desdobramentos da crise na área política e econômica. "Na nossa reunião de bloco, vários senadores também já se manifestaram no sentido de que nós estamos com o governo, mas até onde, vai depender do que vai acontecer", afirmou.

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Na parte administrativa, Maggi considera que foi errada a escolha de Aldemir Bendini, ex-presidente do Banco do Brasil, para ocupar a presidência da Petrobras. "O mercado neste momento não precisava de uma pessoa com perfil financista". Especificamente em relação ao quadro econômico, na avaliação dele, a tendência é de piora nos "próximos meses e anos".

A Polícia Federal fez, na quarta-feira, 19, buscas nas casas de aliados políticos dos senadores Blairo Maggi (PR-MT) e Pedro Taques (PDT-MT) em operação que investiga crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. O suposto esquema teria conexões em Mato Grosso, Goiás, São Paulo e Distrito Federal.

Fernando Mendonça, um dos alvos da Operação Ararath, foi o maior doador da campanha de Taques nas eleições de 2010. Mendonça é filiado ao PDT e a filha dele trabalha no gabinete do senador em Brasília. Ex-secretário do governo de Silval Barbosa (PMDB) e na gestão de Maggi, tendo comandado a Fazenda e várias outras pastas por 12 anos, Eder Moraes, do PMDB, também é investigado.

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Em entrevista ao Grupo Estado, o ex-secretário disse se sentir "escanteado" pelos dois políticos. "Atuei muito forte, sob as ordens de Silval e de Maggi. Tanto um como o outro não se dignaram a me ligar, em solidariedade", reclamou.

O ex-secretário diz desconhecer detalhes das investigações, negou ter cometido qualquer irregularidade e destacou que, à frente da Secretária da Fazenda, pagou mais de R$ 500 milhões em precatórios e passivos do Estado a diversas empresas, algumas investigadas na operação. "Se, daí para a frente, há qualquer problema ou ilícito, cada um tem de se justificar", concluiu.

A PF apurou que o grupo possuía uma "intensa e vultosa" movimentação financeira, por intermédio de recursos de terceiros e empréstimos, com atuação análoga a de uma instituição financeira. Empresas de fachada e de factoring eram usadas. Entre elas, segundo a PF, a Piran Factoring, do empresário Valdir Piran, que tem amigos influentes no Judiciário. Em maio de 2012, ele foi um dos convidados da festa de aniversário da filha do advogado José Geraldo Alckmin, que contou com a presença de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O Grupo Estado procurou Piran na sua empresa, mas ele não retornou.

Taques afirmou que "não tem nada a temer" e que sua amizade com o empresário investigado será mantida, bem como o emprego da filha dele, até que ele conheça o teor da investigação, que tramita em sigilo. Procurado, por meio de sua assessoria, Maggi não se pronunciou. O governador Silval disse, também por assessores, que o ex-secretário atuou sob suas ordens, sim, mas sempre "com a maior correção e lisura." Segundo o governador, quem pediu demissão do governo foi Eder.

A Operação Ararath, iniciada em novembro, esta na quarta fase. Conforme o "Diário de Cuiabá", mais de R$ 126 milhões em cheques e notas promissórias foram apreendidos na última fase deflagrada quarta. No total, foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão, sendo 17 em Mato Grosso. Desses, 16 foram na Capital e um em São José do Rio Claro. O delegado que comanda a operação, Wilson Rodrigues, afirmou ao "Estado" que não daria detalhes por se tratar de uma investigação sigilosa.

O Congresso Nacional tentará, até a próxima semana, um novo acordo com o governo federal para minimizar os impactos de possíveis vetos da presidente Dilma Rousseff ao projeto do Código Florestal, aprovado semana passada na Câmara. A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado aprovou nesta quinta uma proposta para que senadores e deputados se reúnam e discutam, pontualmente, com representantes do governo, a troca dos artigos do projeto aprovado a serem vetados por Medidas Provisórias (MPs).

"Vamos negociar para que, no mesmo momento do veto, a presidente faça a apresentação de uma MP com (o texto) que foi aprovado no Senado e foi negociado entre todos", disse o senador Blairo Maggi, à Agência Estado. A intenção da Comissão de Agricultura, segundo ele, é fazer com que, avalizado pelos deputados, o texto final seja mais próximo ao do aprovado no Senado. "O projeto do Senado é mais equilibrado e o governo defende isso. Nunca vi um projeto com tanta discussão no Senado", disse. "Não tiro de forma alguma a legitimidade da Câmara de fazer o que fizeram", completou.

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Maggi classificou como uma "atitude política e menos prática" a decisão do senador Luiz Henrique (PMDB-SC) de reapresentar no Senado o projeto do Código Florestal alternado na Câmara. "Se for seguir o trâmite normal, só daqui a dois a três anos o projeto seguiria ao final. Não é essa a postura agora", afirmou o parlamentar, durante visita à Agrishow, Ribeirão Preto (SP).

A principal feira e tecnologia agrícola do País foi alvo de protestos de movimentos ambientalistas e de sem-terra, nesta quinta, em defesa do veto de Dilma ao projeto. Pela manhã, cerca de 20 manifestantes colocaram uma faixa com os dizeres "Veta Dilma" na entrada da feira. Há pouco, integrantes da Fundação SOS Mata Atlântica tentavam inflar um balão com o mesmo slogan para sobrevoarem o evento.

Mercado - Alheio aos protestos, Maggi visitou estandes de grandes montadoras e avaliou como positivo o momento das commodities, principalmente a soja, mas pregou cautela. "Não creio eu que sejam preços sustentáveis no longo prazo e acho que produtor tem de aproveitar o momento e vender".

O senador elogiou o governo pela manutenção do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) para o financiamento de máquinas agrícolas até o final de 2013. "A gente tem de dar a mão à palmatória ao governo pelo PSI perene, com juros fixos, longo prazo, para o financiamento de máquinas", concluiu.

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