Congresso tentará novo acordo para o Código florestal
O Congresso Nacional tentará, até a próxima semana, um novo acordo com o governo federal para minimizar os impactos de possíveis vetos da presidente Dilma Rousseff ao projeto do Código Florestal, aprovado semana passada na Câmara. A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado aprovou nesta quinta uma proposta para que senadores e deputados se reúnam e discutam, pontualmente, com representantes do governo, a troca dos artigos do projeto aprovado a serem vetados por Medidas Provisórias (MPs).
"Vamos negociar para que, no mesmo momento do veto, a presidente faça a apresentação de uma MP com (o texto) que foi aprovado no Senado e foi negociado entre todos", disse o senador Blairo Maggi, à Agência Estado. A intenção da Comissão de Agricultura, segundo ele, é fazer com que, avalizado pelos deputados, o texto final seja mais próximo ao do aprovado no Senado. "O projeto do Senado é mais equilibrado e o governo defende isso. Nunca vi um projeto com tanta discussão no Senado", disse. "Não tiro de forma alguma a legitimidade da Câmara de fazer o que fizeram", completou.
Maggi classificou como uma "atitude política e menos prática" a decisão do senador Luiz Henrique (PMDB-SC) de reapresentar no Senado o projeto do Código Florestal alternado na Câmara. "Se for seguir o trâmite normal, só daqui a dois a três anos o projeto seguiria ao final. Não é essa a postura agora", afirmou o parlamentar, durante visita à Agrishow, Ribeirão Preto (SP).
A principal feira e tecnologia agrícola do País foi alvo de protestos de movimentos ambientalistas e de sem-terra, nesta quinta, em defesa do veto de Dilma ao projeto. Pela manhã, cerca de 20 manifestantes colocaram uma faixa com os dizeres "Veta Dilma" na entrada da feira. Há pouco, integrantes da Fundação SOS Mata Atlântica tentavam inflar um balão com o mesmo slogan para sobrevoarem o evento.
Mercado - Alheio aos protestos, Maggi visitou estandes de grandes montadoras e avaliou como positivo o momento das commodities, principalmente a soja, mas pregou cautela. "Não creio eu que sejam preços sustentáveis no longo prazo e acho que produtor tem de aproveitar o momento e vender".
O senador elogiou o governo pela manutenção do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) para o financiamento de máquinas agrícolas até o final de 2013. "A gente tem de dar a mão à palmatória ao governo pelo PSI perene, com juros fixos, longo prazo, para o financiamento de máquinas", concluiu.