O sistema de compartilhamento de bicicletas públicas em Pernambuco, o BikePE, já não é mais o mesmo. Instalado em 2013 por uma parceria entre o governo do estado, a empresa Samba, responsável pelas estações e bicicletas, e o banco Itaú, o serviço ao abandono e a falta de cuidado salta aos olhos: nos pontos que ficam distribuídos por Recife e Região Metropolitana, são facilmente identificadas falhas e precariedade tanto na locação de bicicletas como nas estrutura das mesmas.
Segundo o estudante de Biblioteconomia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Victor Hugo Rizzo, um locatário assíduo das bicicletas, o serviço deixa a desejar em vários aspectos. “Várias vezes já vi gente tentando pegar uma bike e o sistema dizendo que não tinha nenhuma bicicleta disponível - sendo que ela tava lá na frente”. Ele conta também que acontece do sistema estar fora do ar ou simplesmente não ter bicicletas disponíveis nas estações.
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É assim que pensa também o coordenador da Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo), Roderic Jordão. O grupo é voltado para o incentivo do transporte de bicicletas e democratização de vias públicas. "O serviço não tá legal e a gente nem consegue acesso".
De acordo com ele, a maior parte do problema ainda se concentra na estrutura da cidade. “A estrutura da cidade não liga os pontos. O povo tem medo de ser atropelado e não sai mesmo (com as bicicletas)”.
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Governo reconhece precariedade e promete mais atenção
Conforme o gestor em ciclomobilidade da Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer, Jason Torres, o sistema passa por um processo de reestruturação. “A gente tem consciência do sistema precário, mas essa reestruturação está totalmente ligada às falhas no funcionamento e disponibilidade das bicicletas”. Ele explica que nas próximas semanas devem ser anunciadas mudanças, uma vez que ocorrem essas reformas quanto à empresa responsável pela estrutura das bikes e estações.
Quanto à quantidade de bicicletas e estações sucateadas e vandalizadas pela cidade, Torres acredita que não se trata apenas do ato de vandalizar. “É um ponto de fragilidade. O vandalismo nas estações está relacionado com a insatisfação da população com aquele serviço”.
Com relação às projeções futuras, ele esclarece que estão negociando para a concretização do Plano Diretor Cicloviário (PDC), que promete ligar a cidade através de ciclovias. Torres admite o erro quanto aos prazos, uma vez que o projeto foi proposto para 2017, contudo esclarece que estão correndo atrás para que tudo esteja encaminhado até o final de 2018.