Em uma bancada bem próxima ao público, Bel Pesce começou a palestra de maneira divertida e dinâmica. “Eu não sei discernir realidade de sonho”, disse a paulista. Bel contou toda sua trajetória até o MIT e, dessa maneira, deixou o público mais “a vontade” para fazer qualquer pergunta ao final.
Em sua corriado ao MIT, Bel tinha três metas: aprender o máximo de disciplinas que puder; não aprender só a teoria, aprender e colocar em prática; conhecer diversas culturas. Todas elas foram cumpridas e guardadas para a vida de empreendedorismo da palestrante. “A maior meta da faculdade deveria ser nos ajudar a descobrir o que ama. Se vocês souberem de alguma que faça isso, me avisem”, comentou. Por pensar assim, Bel não seguiu a regra do MIT e cursou todas as cadeiras que podia, de japonês a coreografia moderna.
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Depois de tanto estudar, foi trabalhar e colocar em prática tudo o que aprendeu. Dentre os diversos lugares onde trabalhou estão o Google e o próprio MIT, onde ficou na área de seleção, para descobrir o que eles procuram quando algum estudante pede admissão. Após essas experiências, se formou e foi para o Vale do Silício, lugar onde a tecnologia reina – as empresas Instagram, Dropbox e Google estão lá.
“Muitos de nós somos empreendedores sem saber. Acredito que toda mãe seja empreendedora, porque criou uma criança” disse Bel, que tinha uma incrível dificuldade de focar e criava diversos projetos para trabalhar. Mas, como a própria palestrante falou, chega uma hora que é necessário parar e dar atenção para um só trabalho. Foi pensando nisso que saiu do Google e foi criar a própria empresa, ao lado de um amigo argentino, que era seu ídolo por ser empreendedor desde tão cedo. Assim nasceu a Lemon, uma empresa inovadora, que vem ganhando mercado e mostrando que Bel e seu sócio estavam certos ao arriscar.
Para encerrar a participação – antes de abrir para o público – a jovem empreendedora falou do nascimento do livro “a menina do vale”. “Tenho o costume de escrever tudo o que acontece no dia. Até mesmo quem eu conheço naquele dia”, falou. Com todas essas ideias importantes, Bel viu a necessidade de divulgar para o grande público. “Não achei que fosse dar tão certo”, pontuou.
Já na hora de interagir com os participantes, a primeira pergunta, claro, foi sobre as estapas para a seleção do MIT. As recomendações de professores mais íntimos são primordiais. A escolha de um dos dois tipos de prova também. Além disso, Bel disse que o MIT gosta de pessoas que gostam de tudo e fazem as coisas com boa vontade. “Não precisa ser o melhor de todos, mas precisa ter interesse. As vezes a boa vontade é tão grande que a coisa dá certo no final”, respondeu.
Sobre a semelhança do Lemon com o Passbook da Apple, Bel falou que foi totalmente coincidência e que o Lemon foi criado antes, mas que a competição é válida no mercado. “O Lemon funciona em todas as plataformas, o da Apple não”, brincou.
Quando perguntada sobre vida profissional e social, Bel riu e disse que, em relação ao MIT, existem três escolhas e o estudante só pode escolher duas: estudo, amigos e dormir. Bel tirou o dormir da equação e escolheu a vida social, “É só uma questão de organização. Dá tempo de fazer os dois.”
Para finalizar sua participação no palco Sebrae, Bel diz que “a hora de arriscar é agora, quando a gente não tem nada a perder. Vivo dando sustos nos meus pais, que tem medo quando eu saio de um emprego estável, mas eles ficam tranquilos quando percebem que algo está dando realmente certo”, finalizou. Para os que seguem a carreira de sucesso dessa jovem empreendedora, tem projeto novo chegando, mas ela preferiu não falar nada mais aprofundado e deixou todos os participantes na curiosidade.