Tópicos | Banda Som da Terra

Na manhã desta quinta (13), produtores, seguranças, técnicos, músicos e artistas, entre outros trabalhadores do entretenimento, reuniram-se na Praça do Marco Zero, área central do Recife, para um ato em que pediam pela continuidade de festas e shows no Estado sem restrições. Alguns artistas como as cantoras Nena Queiroga e Bia Villa-Chan, e o músico Rominho, da banda Som da Terra, também se juntaram ao movimento e falaram sobre outro tópico bastante polêmico nesta discussão: a camarotização do Carnaval em 2022. 

Após o cancelamento do Carnaval de rua em Olinda e no Recife, a possibilidade da realização de prévias fechadas e camarotes começou a ser motivo de discussão e polêmica nas redes sociais. Chamado de ‘Carnaval de Rico’, o possível evento restrito a um público pagante recebeu muitas críticas e posicionamentos contrários. O cantor pernambucano Chinaina, por exemplo, manifestou-se contra a folia privada e anunciou que não participaria de nenhuma festa particular por não se sentir confortável.

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Presente na manifestação desta quinta (13), no Recife, a cantora Bia Villa-Chan falou, em entrevista exclusiva ao LeiaJá, sobre a dificuldade que os profissionais da cultura vem enfrentando, sobretudo no que diz respeito à realização do Carnaval. “A gente tá vendo muitas críticas para o Carnaval mas sem uma solução. Por trás de todo artista existe uma cadeia produtiva muito grande. Pra eu estar lá em cima do palco existem 20 famílias que dependem de mim, isso sem falar no pessoal da cultura popular, maracatus, afoxés, caboclinhos então a gente precisa de uma solução”.

Para Bia Villa-Chan, o momento é de "união". Foto: Júlio Gomes/LeiaJáImagens 

A artista diz sentir-se segura para estar nos palcos. Imunizada com as três doses e defensora ferrenha da vacina, ela acredita que o momento demanda debate para que seja tomada a melhor definição não só para os trabalhadores do segmento como para a manutenção da cultura pernambucana.

“O Carnaval de Pernambuco é um espelho pro mundo de Carnaval democratico. A pessoa que tem um milhão na conta  brinca da mesma forma que o pobre que não tem nenhum dinheiro e eu acho que a gente não pode descaracterizar o nosso Carnaval até porque nessas festas privadas os artistas pernambucanos que de fato fazem a folia não tocam. A nossa cultura é grife pro mundo, qual é a cultura no mundo que tem o afoxé, o frevo, o caboclinho? E eles não usam essa grife. Esse é o momento que a gente tem que olhar pra frente, é um momento de tirar muito aprendizado, acho que eles aprenderam que a gente também tem que estar nessas grades, a gente precisa de união pra gente consegue atravessar essa crise”, disse Bia. 

“União” também foi a palavra usada por outra artista que costuma dominar o período carnavalesco em Pernambuco, Nena Queiroga. A cantora se mostrou muito preocupada com a falta de diálogo com o poder público no sentido de encontrar uma solução que possa atender aos artistas e aos foliões sem prejuízo para a saúde coletiva. “(O Carnaval) não pode ser separado, isso é muito importante. Todo mundo tem que ter Carnaval, então a gente vai colocar sugestões de lugares menores com barreiras sanitárias, nas comunidades, ao invés dos grandes lugares com milhões de pessoas, a gente tem que pensar junto. Em cada ponte vamos botar barreiras sanitárias? Fazer carnavais nas comunidades? A gente tem artista suficiente pra isso”.

Rominho, da Banda Som da Terra, complementou a fala da colega e disse acreditar que dialogando é possível chegar a um "meio termo”. “A gente não quer expor as pessoas, nem a gente como artista, a gente quer, se possível, fazer uma coisa com segurança. Agora, que a gente tenha uma resposta imediata para que a gente possa vislumbrar o que a gente pode fazer ainda, dentro do possível. A gente sabe que estamos vivendo um momento difícil novamente, mas acreditamos que haja um meio termo para que  a gente possa também desenvolver nosso trabalho”. 

 

A Banda Som da Terra está com um integrante novo. O músico Cassius Cavalcanti, filho do cantor e compositor pernambucano Getúlio Cavalcanti, foi escolhido para se juntar ao grupo formado por Zé Carlos, Rominho, Neném, Alexandre Jacaré, Wilson Pessoa, Doca e Fábio Valois.

"É uma honra passar a fazer parte da Som da Terra, uma banda que tem mais de 45 anos de história em Pernambuco e no país, que revela as nossas raízes, enaltece a nossa cultura e exalta o que há de melhor nesse estado. Minha paixão pela música brasileira se junta à paixão que a Som da Terra também tem. Minha chegada só reforça esse caminho de valorização e divulgação da riqueza cultural do Nordeste", disse o artista.

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O anúncio da entrada de Cassius veio após o falecimento de Carlos Alberto, mais conhecido como Kayto, que fazia parte da Banda Som da Terra. De acordo com Rominho, Kayto, onde estiver, "ficará muito feliz, pois a banda sempre foi motivo de grande realização para ele".

Com Cassius Cavalcanti na companhia dos veteranos, a banda terá sua estreia apresentando a nova formação no dia 12 de julho, em comemoração aos 46 anos de carreira do projeto. O grupo vai se reunir por meio de live uma transmitida pelo canal do YouTube. 

O Palácio Enéas Freire, sede do bloco Galo da Madrugada, recebe todas as quintas-feiras o Quinta no Galo com apresentações de músicos e agremiações pernambucanas. A anfitriã da casa - a banda Som da Terra - recebe nesta quinta (9), Liv Moraes, filha do sanfoneiro Dominguinhos. Os músicos Rogério Rangel e Chik Clayton também participam do evento. 

Falecido no ano de 2013, Dominguinhos foi forte influência das atrações desta edição do Quinta no Galo. A  Som da Terra, ao longo de 30 anos de carreira, já gravou algumas canções ao seu lado. No repertório da noite estão alguns sucessos como Eu só quero um xodó, Isso aqui tá bom demais e De Volta pro Aconchego

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Para criar um clima carnavalesco antecipado, haverá apresentações multiculturais do Maracatu Rural Leão Formoso, Fantasias Galo da Madrugada, Palhaços Galo da Madrugada, Maracatu Estrela D’Alva, Caboclinho Tapirapé, Passistas do Grupo AJE, Saltos Companhia de Dança e Bloco Lírico Boêmios da Boa Vista.

Serviço

Quinta no Galo com Banda Som da Terra e Liv Moraes

Quinta (9) | 19h

Sede do Galo da Madrugada (Rua da Concórdia, nº 984, Bairro de São José)

R$30 (individual) e R$140 (mesa para quatro pessoas)

(81) 32242899

“Tapete voador “ é o nome do novo CD da Banda som da Terra para o Carnaval 2013. A banda completa 37 anos de estrada e é presença confirmada no Bloco do Oiti, Virgens de Bairro novo, Galo da Madrugada e Sítio das Artes em Olinda. 

Frevo, caboclinho, forró e maracatu fazem parte do repertório do grupo. 

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