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A BV Financeira, do Banco Votorantim, terá que devolver em até 15 dias cerca de R$ 30 milhões a clientes por causa de tarifas de abertura de cadastro que foram cobradas de forma indevida. A devolução foi determinada por um termo de ajustamento de conduta (TAC) firmado nesta terça-feira (2), com o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) do Ministério da Justiça.

A cobrança das tarifas foi considerada indevida porque os consumidores já eram clientes da instituição financeira. A proibição da cobrança de tarifas de abertura de cadastro foi definida na Resolução CMN nº 3.919/10. A BV Financeira terá que devolver os valores cobrados a partir de 1º de março de 2011, quando entrou em vigor a norma do Conselho Monetário Nacional (CMN), informou o ministério em nota.

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Também em nota enviada por e-mail, a BV Financeira destaca que a cobrança desse tipo de tarifa é legal, conforme foi reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas reconhece que "havia divergência sobre a incidência em determinadas operações, realizadas a partir de março de 2011". "A assinatura do TAC tem como objetivo evitar discussão prolongada na Justiça, em benefício do consumidor", conclui a instituição financeira na nota.

O acordo com o órgão do Ministério da Justiça prevê ainda o aporte de R$ 7,2 milhões em projetos de atendimento ao consumidor e educação para o consumo, que serão executados pelas organizações sem fins lucrativos filiadas ao Fórum Nacional das Entidades Civis de Defesa do Consumidor (FNECDC).

O ministério diz que o TAC "beneficiará milhares de consumidores em todo o País", mas não estima o número exato de clientes da BV Financeira que terão direito à devolução. A própria instituição entrará em contato com os clientes para restituir o valor, corrigido pela inflação.

O acordo é resultado de um processo administrativo do DPDC, originado em abril de 2014, a partir de informações recebidas do Banco Central (BC), informou o ministério.

O Banco Votorantim (BV) registrou lucro líquido de R$ 152 milhões no primeiro trimestre de 2014, o segundo resultado positivo consecutivo da instituição. O montante é 24,8% superior ao visto nos três meses imediatamente anteriores, de R$ 121 milhões.

O resultado do Votorantim confirma as expectativas do Banco do Brasil. Em fevereiro, o presidente do BB, Aldemir Bendine, ressaltou que a lição de casa já havia sido feita e que ao longo de 2014 o Votorantim deveria ter melhora gradativa. "Em 2014, o BV concluirá o processo de reestruturação em paralelo à transição para a nova agenda de crescimento, consolidando a volta à lucratividade", destaca o BB, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, divulgado nesta quarta-feira, 7.

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A carteira de crédito classificada do Votorantim alcançou R$ 53,810 bilhões no primeiro trimestre deste ano, recuo de 2,0% ante os três meses anteriores e de 4,8% em um ano. Já no conceito "ampliada gerenciada", que inclui avais, fianças e outros, alcançou R$ 73,318 bilhões, declínio de 4,6% e 12,3%, respectivamente.

Os ativos totais do BV alcançaram R$ 104,617 bilhões ao final de março, recuo de 12,6% em um ano e de 0,8% ante o último trimestre de 2013. O patrimônio líquido do banco foi a R$ 7,339 bilhões, queda de 4,3% e aumento de 2,8%, nesta ordem.

A inadimplência gerenciada do Votorantim, considerando atrasos acima de 90 dias, subiu de 5,1% em dezembro para 6,2% ao final de março. No conceito "classificada", passou de 5,2% para 6,3%. O aumento dos calotes no índice gerenciado, conforme o banco, ocorreu, principalmente, devido ao caso pontual do atacado. "Desconsiderando esse caso, a inadimplência consolidada teria encerrado março em 5,2%", observa a instituição.

Apesar do aumento dos calotes, o Votorantim seguiu reduzindo as despesas consolidadas com provisões (PCLD), líquidas de receitas com recuperação de créditos. Esses gastos caíram 19,7% de janeiro a março ante um ano, sendo que as despesas do varejo caíram 24,0%. Em relação ao quarto trimestre de 2013, as despesas consolidadas de PCLD reduziram 43,6%, impactadas positivamente pelo aumento da participação das safras de melhor qualidade, originadas até junho de 2010 e após setembro de 2011.

O índice de Basileia do Votorantim, que mede o quanto o banco pode emprestar sem comprometer o seu capital, atingiu 14,5% ao final de março, estável em relação a dezembro. Em um ano, recuou 0,90 ponto porcentual. O mínimo exigido pelo Banco Central é de 11%.

O Banco Votorantim (BV) apresentou prejuízo de R$ 159 milhões no terceiro trimestre, mas ainda assim o resultado é 18,8% menor ao prejuízo de R$ 196 milhões registrado no segundo trimestre deste ano. No acumulado de nove meses até setembro, o banco apresentou prejuízo de R$ 1,560 bilhão, queda de 59,4% ante igual intervalo de 2012.

"Apesar de persistirem os impactos negativos decorrentes de operações antigas, o BV continuará avançando na conclusão do processo de reestruturação e deve apresentar resultados substancialmente melhores em 2014", destaca o BB, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, divulgado nesta terça-feira, 12.

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A carteira de crédito do Votorantim encerrou setembro em R$ 54,903 bilhões, redução de 1,5% em relação a junho e de 5,5% em 12 meses. O Votorantim alcançou R$ 110,714 bilhões em ativos totais no término do terceiro trimestre. A cifra é 0,1% maior do que a registrada em igual intervalo do ano passado, porém, 1,0% menor do que o registrado ao final do segundo.

A inadimplência gerenciada do Votorantim, considerando atrasos acima de 90 dias, seguiu em queda, de 5,7% em junho para 5,5% em setembro. Com a redução dos calotes, o BC está conseguindo baixar também as despesas com provisões para devedores duvidosos líquidas de receitas com recuperação de créditos (PCLD). Esses gastos somaram R$ 706 milhões no terceiro trimestre, queda de 26,4% em relação ao segundo. No comparativo dos nove meses ante mesmo período de 2012, a redução foi de 38,3% no consolidado e de 48,0% (R$ 1,8 bilhão) no varejo.

O índice de Basileia do Votorantim ficou estável ao final de setembro em 13,9% ante junho. Em um ano, porém, o indicador teve queda de 1,3 ponto porcentual. Do total, 9,5% referem-se ao capital de nível I, de melhor qualidade. Apesar de menor na comparação anual, ainda está acima do mínimo exigido pelo Banco Central, de 11%. O Basileia mede quanto o banco pode emprestar sem comprometer o seu capital.

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