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Um grupo de ativistas da região do Baluquistão se prepara para concluir uma marcha de protesto de 3 mil quilômetros por território paquistanês com uma manifestação na capital Islamabad nesta sexta-feira. Os manifestantes exigiam justiça para entes queridos desaparecidos, que, segundo eles, foram sequestrados por forças de segurança durante o conflito contra insurgentes.

Em torno de 100 manifestantes chegaram a Islamabad, encerrando uma caminhada que havia começado em 27 outubro em Quetta, capital de província do Baluquistão paquistanês, disse o ativista de direitos humanos Maryam Kunwar. Os manifestantes carregavam fotos de parentes desaparecidos com legendas com seus nomes e as datas em que desapareceram, pedindo ao governo que encontre seus parentes e os leve a julgamento, caso eles estejam sendo acusados de algum crime. "Dêem a eles justiça. Dêem a eles um julgamento justo", afirmou Kunwar, um membro da Aliança da Juventude do Paquistão que acompanhou os manifestantes.

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A polícia encontrou os manifestantes na sexta-feira e prometeu que eles não seriam feridos em Islamabad. Eles planejam protestar na capital paquistanesa também no sábado.

Há dois anos, a organização "Voz para as Pessoas Desaparecidas de Baluch" entregou às Nações Unidas uma lista com 12 mil nomes de pessoas que teriam desaparecido no conflito. Mama Qadeer Baloch, de 70 anos, que organizou o protesto, disse que o número cresceu para 18 mil desde então, embora muitos no Paquistão afirmem que a quantidade de desaparecidos é muito menor.

Os ativistas disseram que as forças paquistanesas detiveram integrantes de seu povo por anos sem levá-los a julgamento, por vezes matando-os e jogando seus corpos no deserto. O governo nega as denúncias, dizendo que muitos dos desaparecidos eram criminosos na clandestinidade, haviam se juntado ou sido raptados por grupos militantes.

O primeiro-ministro do país, Nawaz Sharif, prometeu resolver a questão das pessoas desaparecidas após assumir o cargo no ano passado. Ele e a Suprema Corte instauraram comissões para investigar os casos, embora nenhuma delas tenha feito muito progresso. O porta-voz do governo do Baluquistão Jan Mohammad Buledi disse que o governo está muito preocupado com o problema e tentando ajudar as famílias. "Já é um êxito que na época atual pelo menos o abandono de corpos mutilados parou."

O porta-voz do grupo paramilitar paquistanês Frontier Corps, acusado por muitos dos desaparecimentos, não respondeu a pedidos de entrevista. Fonte: Associated Press.

Uma série de atentados a bomba no Paquistão, em várias regiões do país do Sul da Ásia, deixaram pelo menos 103 pessoas mortas nesta quinta-feira, incluídas 69 em duas explosões em um salão de bilhar na cidade de Quetta, capital da província do Baluquistão. Foi um dos dias mais sangrentos dos últimos anos no Paquistão, onde o governo enfrenta uma tenaz insurgência do grupo fundamentalista Taleban e também movimentos separatistas, como na província do Baluquistão.

O salão de bilhar em Quetta foi atingido por duas bombas, que explodiram no intervalo de dez minutos no começo da noite de hoje (pela hora local), matando 69 pessoas e ferindo outras 160, disse o oficial da polícia local Hamid Shakeel. O salão de bilhar ficava em um bairro habitado pela minoria xiita do Paquistão, disse outro oficial da polícia, Mohammed Murtaza. Muitos dos mortos e feridos eram xiitas. A segunda explosão parece ter sido mais potente que a primeira e provocou o desabamento do teto do salão. Um cinegrafista da televisão paquistanesa, bem como socorristas e policiais que foram ao salão após a explosão da primeira bomba foram mortos pela segunda.

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Um grupo sectário local, o Lashkar-e-Jhangvi, assumiu a autoria dos atentados. O grupo afirmou que a primeira bomba foi explodida por um suicida que entrou no salão de bilhar. Já a segunda bomba estava em um carro e foi acionada por controle remoto. O Lashkar-e-Jhangvi é um grupo terrorista islamita, formado por sunitas. Eles costumam atacar a minoria muçulmana xiita do Paquistão, a qual não consideram ser muçulmana.

Mais cedo um outro atentado ocorreu na mesma cidade de Quetta, matando 12 pessoas e ferindo mais de 40 em uma área comercial, disse Shakeel. O Exército Unido do Baluquistão, um grupo armado separatista, assumiu a autoria do ataque. A região do Baluquistão é dividida pelo Paquistão e pelo Irã. Shakeel disse que a área comercial onde ocorreu a explosão é frequentada por paramilitares do governo e suas famílias.

Já na cidade de Mingora, no noroeste do Paquistão, um ataque a bomba em uma mesquita sunita matou pelo menos 22 pessoas e deixou mais de 70 feridas nesta quinta-feira, disse o oficial de polícia Akthar Hayyat. Nenhum grupo assumiu a autoria do atentado.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

Um funcionário do governo paquistanês informou que homens armados atacaram um ônibus com peregrinos xiitas no sudoeste do Paquistão, matando 20 pessoas.

Segundo Saeed Umrani, os peregrinos foram atacados nesta terça-feira quando viajavam pelo distrito de Mastung, na província do Baluquistão, a caminho da fronteira com o Irã, para onde o grupo seguia. Mastung fica a 50 quilômetros ao sul de Quetta, a capital do Baluquistão.

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O Paquistão é um país de maioria sunita. Embora a maioria dos sunitas e xiitas paquistaneses vivam juntos pacificamente, extremistas dos dois lados costumam atacar líderes e ativistas da outra seita.

A divisão de muçulmanos xiitas e sunitas remonta ao século 7 e foi provocada pela divergência sobre quem seria o verdadeiro herdeiro do profeta Maomé. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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