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Por volta das 18h do último domingo (18), quatro pistoleiros invadiram a Ocupação Nelson Mandela, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em um conjunto habitacional localizado às margens da BR-101, no bairro do Jordão, na Zona Sul do Recife. De acordo com a organização, eles ameaçaram as famílias, fizeram um refém e atiraram contra as pessoas. Um militante foi atingido na cabeça e conduzido para a UPA do Jordão.

Segundo testemunhas, ao chegar à unidade de saúde, a vítima teve seu atendimento médico tumultuado por um homem fardado como policial militar, sem identificação. O agente teria dito ainda que o militante era um "vagabundo" e mentia sobre a invasão da ocupação. Outros ocupantes do conjunto informaram que os pistoleiros se apresentaram com policiais militares.

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“Eram ameaças para que o povo desocupasse o espaço, acho que há outros interesses por detrás delas, tem toda uma especulação imobiliária na região. Nós vamos continuar no local e estamos em diálogo com o Governo do Estado, inclusive com a CEHAB [Companhia Estadual de Habitação e Obras], que ofereceu um terreno próximo para as famílias saírem de lá”, explica Paulo Mansan, dirigente estadual do MST.

O conjunto de 16 prédios foi ocupado por cerca de 370 famílias há quatro meses. A estrutura, que teve suas obras paralisadas há 12 anos, conta com 278 apartamentos. Dentre os atuais ocupantes do local, a maioria é composta por pessoas que já estavam cadastradas para receber um dos imóveis do local e por vítimas de alagamentos causados pelas chuvas neste ano no município de Jaboatão dos Guararapes.

O militante atingido na cabeça se encontra internado no Hospital da Restauração (HR) e não corre risco de morte. O MST informou que registrará Boletim de Ocorrência na próxima terça (20), já que a população não realizou o registro por temer o envolvimento de milícias na ação.

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