Tópicos | ausência de negros e mulheres

A ausência de mulheres e negros no gabinete de Michel Temer foi classificada como "retrocesso" pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), ligada à Organização dos Estados Americanos (OEA). Em nota divulgada nesta quarta-feira, 18, a entidade também afirmou que a redução, sem justificativa, de recursos destinados a programas sociais representa violação do "princípio da progressividade" previsto em tratado internacional ratificado pelo Brasil em 1996.

A CIDH não se posicionou de maneira explícita sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas observou que o voto e as eleições estão na base da autoridade dos ocupantes de cargos públicos.

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"A designação de um gabinete que não inclui nenhuma mulher nem afrodescendentes deixa excluídos dos mais elevados cargos de governo mais da metade da população do país", afirma a entidade. "A última vez em que o Brasil teve um gabinete sem mulheres ministras foi durante a ditadura militar."

Essa foi a primeira manifestação da CIDH sobre a atual crise política do Brasil. Antes do afastamento de Dilma Rousseff da Presidência, os membros da entidade discutiram a possibilidade de se posicionar sobre o assunto, mas não houve consenso sobre o tom a ser adotado na manifestação. Segundo fontes ouvidas pela reportagem, a nota de quarta foi aprovada por unanimidade. A CIDH tem sete comissários, mas o brasileiro Paulo Vannuchi não se manifestou por se tratar de tema ligado a seu país de origem.

Antes do afastamento de Dilma Rousseff do cargo pelo Senado, o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, havia criticado a possibilidade de impeachment. Na semana passada, ele anunciou que consultaria a Corte Interamericana de Direitos Humanos - outro organismo da OEA - sobre a legalidade do processo que tramita no Senado contra a petista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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