Familiares sepultaram, nesta quinta (6), os restos mortais das quatro crianças assassinadas em uma creche de Blumenau (SC), um dia depois do massacre que comoveu o país.
Três dos enterros ocorreram no mesmo cemitério. Em uma das cerimônias, presenciada por um jornalista da AFP, funcionários da funerária carregaram um caixão branco até a sala de sepultura, onde familiares e conhecidos se despediram entre choros e aplausos.
As famílias não quiseram dar declarações à imprensa.
Outras quatro crianças feridas no ataque receberam alta médica hoje, informou o Hospital Santo Antônio em um comunicado.
"As quatro crianças receberam alta e já estão com seus familiares (...) Um dos pacientes apresenta uma lesão na mandíbula, que será tratada ambulatorialmente", informou o hospital.
O agressor, que segundo as autoridades atuou de forma "isolada", pulou o muro da creche particular Cantinho do Bom Pastor na quarta pela manhã e foi direto para o pátio, onde atacou várias crianças com um machadinho.
Residente de Santa Catarina e com antecedentes criminais por posse de drogas e agressão, ele se entregou logo depois à polícia.
Desde quarta, familiares e vizinhos de Blumenau se aproximam para fazer homenagens às vítimas depositando flores e bichinhos de pelúcia em frente à creche.
Também realizaram uma vigília com velas e correntes de oração.
"Não tenho palavras para expressar o que sinto...nascemos de novo", disse à AFP a engenheira Fernanda Bubniak Schramm, de 41 anos, mãe de uma menina que saiu ilesa.
"Quando soube (do atentado), liguei para a professora e ela me disse que minha filha estava bem, que havia trancado várias crianças no banheiro. É uma heroína", disse em referência à professora Simone Aparecida Camargo, que protegeu vários de seus alunos.