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A deputada estadual de São Paulo Janaina Paschoal (PSL) afirmou, nesta quarta-feira (17), que foi bloqueada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Twitter. Segundo Janaina, que foi aliada de Bolsonaro - inclusive cotada para vice do presidente na época da campanha em 2018 -, o bloqueio aconteceu quando ela foi ao perfil do mandatário pedir para que ele parasse de falar do artigo 142 da Constituição Federal, que o governante costuma usar para defender o uso das Forças Armadas em favor da sua administração.

"O Presidente me bloqueou no Twitter. Desde que fui lá dizer para parar de falar do artigo 142 da CF, pois acabariam usando contra ele! Eu não estava torcendo por isso. Estava avisando. Tudo o que está ocorrendo mostra que eu tinha alguma razão", escreveu, ao comentar a atitude do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, de quebrar o sigilo bancário de 11 parlamentares no inquérito que apura a organização e realização de atos antidemocráticos.

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Janaína disse que queria compartilhar uma publicação feita por ele sobre a medida adotada pelo ministro. "Se ele não tivesse me bloqueado, hoje, eu compartilharia a postagem em que ele afirma, com razão, que algo estranho está ocorrendo. Em nome da transparência, da publicidade, da Democracia, da República, precisamos saber o que há nesses inquéritos!", acrescentou.

Sobre a quebra do sigilo, Janaina escreveu: "Diante das quebras de sigilo de Parlamentares, a princípio, sem nenhum amparo em fatos ou indícios, entendo ser imperioso levantar o sigilo dos inquéritos que tramitam no STF, em desfavor dos apoiadores do Presidente."

"Todos sabem que, desde o início, eu critico manifestações pró-governo. Quem governa precisa de estabilidade, não de manifestação! Cheguei a brigar com colegas por isso. Muito embora o que está ocorrendo mostre que eu tinha razão, fica o mal estar com essas operações", emendou.

Na avaliação da deputada, que foi autora do processo que culminou no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), "não é crível que tantos inquéritos e ações por corrupção, peculato, lavagem de dinheiro estejam parados e todo o aparato do Estado seja movimentado por um grupo com algumas placas sem sentido". "Se houve ameaças pontuais, que essas ameaças pontuais sejam apuradas e punidas", considerou a parlamentar.

Janaina ainda disse que "para quem observa, fica evidente que essas sucessivas operações estão procurando algo indefinido, talvez algo que justifique alguma medida que se deseje tomar, mas para a qual não há nenhum fundamento". "Eu nunca escondi minhas divergências frente a esse governo. Aliás, quem for justo lembrará que eu externei minhas muitas diferenças muito antes da eleição. Mas não posso deixar de dizer que estou muito preocupada com o rumo que essas investigações estão tomando", declarou.

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