O China Investment Corp. (CIC), o fundo soberano da China, recebeu cerca de US$ 30 bilhões em novo capital do governo chinês, segundo informações de um executivo sênior do CIC, o que fortalece seu poder de fogo em um momento que está sendo assediado por grupos e autoridades ávidas pelos recursos de Pequim.
Mas os detalhes sobre o aporte adicional de recursos não ficaram claros e comentários anteriores de executivos do CIC sugerem que o fundo tem se mostrado relutante em comprometer seu dinheiro em lugares como no problemático mercado financeiro da Europa.
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O CIC recebeu os novos recursos da Administração Estatal de Câmbio, uma divisão do Banco Central do país que serve como regulador do mercado cambial chinês, no final do ano passado, informou o vice-presidente executivo do CIC, Jesse Wang, nos bastidores do comitê nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, um organismo consultivo. Uma pessoa familiar ao assunto confirmou o comentário de Wang.
Os mercados globais têm aguardado a decisão de Pequim sobre a infusão de capital no CIC há mais de um ano, desde que o fundo investiu parte da sua pilha de capital inicial em 2010. O fundo, criado em 2007, recebeu inicialmente um aporte de US$ 200 bilhões oriundos das reservas internacionais da China, que foram direcionados para investimentos de baixo risco, como os títulos do Tesouro dos EUA. Na sequência, o CIC recebeu a tarefa de investir o dinheiro de uma maneira mais agressiva para melhorar o rendimento. Os ativos aumentaram para US$ 410 bilhões em 2010, de acordo com os últimos dados disponíveis, na medida em que o fundo acelerou seus investimentos em ativos com risco mais elevados, como private equity e fundos de hedge.
Uma das questões que barravam a obtenção de novos recursos por parte do CIC era se a detenção de amplas fatias nos bancos estatais chineses deveria ser segregada do fundo soberano para permitir que o veículo se focasse exclusivamente nos mercados externos. Não estava claro se esse ponto tinha sido solucionado.
A forma como o CIC investe tem sido acompanhada com microscópios recentemente diante da crescente especulação sobre o potencial de a China entrar para o poder de resgate da Europa por meio da compra de títulos da dívida europeia.
Mas declarações recentes de autoridades do CIC sinalizaram que o fundo soberano não estaria disposto a comprar título da dívida europeia. Em comentários prévios ao encontro União Europeia-China, em fevereiro, o presidente do CIC, Lou Jiwei, disse que o investimento nos bônus governamentais europeus era "difícil" para investidores de longo prazo, como o fundo.
Na ocasião, Lou disse que oportunidades de investimento em áreas como infraestrutura e projetos industriais, que propiciariam uma ajuda na recuperação econômica, seriam preferenciais.
Refletindo o interesse do CIC em projetos de infraestrutura no Ocidente, o fundo comprou, recentemente, uma participação minoritária na Thames Water, uma empresa de serviço de utilidade pública britânica, por um valor financeiro não revelado.
Ao mesmo tempo, o CIC tem como alvo mercados emergentes para suas perspectivas de crescimento em prazos mais longos, teria dito Wang. "Nós estamos comprometidos com a realização de investimentos de longo prazo e não especulativos", teria afirmado. As informações são da Dow Jones.