O presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, 78 anos, foi reeleito para um polêmico terceiro mandato com 94,27% dos votos no primeiro turno das eleições que foram boicotadas pela oposição, de acordo com os resultados anunciados pela Comissão Eleitoral Independente (CEI) nesta terça-feira.
"Alassane Ouattara é eleito presidente da República", declarou o presidente da CEI, Ibrahime Coulibaly-Kuibiert, depois de anunciar os resultados.
A taxa de participação foi de 53,90%.
Mais do que o resultado previsível, os marfinenses temem que as eleições provoquem uma escalada da violência, depois dos confrontos políticos que deixaram mais de 30 mortos nos últimos meses.
Após as eleições de sábado, a tensão aumentou no país e quatro pessoas da mesma família morreram no domingo em um incêndio em uma casa na cidade de Toumodi (centro).
Ao menos nove pessoas faleceram durante vários incidentes no fim de semana, de acordo com um balanço parcial da AFP.
As tensões começaram na Costa do Marfim em agosto, quando Ouattara defendeu que a aprovação de uma nova Constituição em 2016 permitia sua terceira candidatura, apesar de a Carta Magna estabelecer um limite de dois mandatos.
Os principais candidatos da oposição optaram por não fazer campanha. Eles consideraram a terceira candidatura de Ouattara um "golpe de Estado eleitoral".
A oposição pediu no domingo uma "transição civil e a mobilização geral dos marfinenses para deter a ditadura e o abuso de poder do presidente".
O partido governista respondeu com uma advertência contra "qualquer tentativa de desestabilização".
A Costa do Marfim foi cenário de uma grave crise pós-eleitoral entre 2010 e 2011, período em que morreram quase 3.000 pessoas e que foi provocada pela recusa do então presidente Laurent Gbagbo de abandonar o governo e transferir o poder para Ouattara.