Uma disputa por herança teria sido o motivo que levou a morte da advogada Severina Natalícia da Silva, de 45 anos, segundo a conclusão do inquérito policial, apresentado nesta quinta-feira (13). Três pessoas foram indiciadas e responderão pelos crimes de sequestro, homicídio, organização criminosa, ocultação e destruição de cadáver.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Bruno Vital, a vítima era advogada no caso da herança deixada pelo pai do suposto mandante do crime, Jaermerson Jacinto. “O pai do acusado teve duas famílias, Jaermerson era filho do primeiro casamento dele. Severina era representante da segunda esposa, que era beneficiada com a herança deixada. Acreditamos que Jaermerson encomendou a morte da advogada para que assim, o processo o favorecesse. Várias testemunhas contaram que ele já havia ameaçado Severina e outras ocasiões”.
##RECOMENDA##Ainda de acordo com Vital, outra pessoa da família do mandante estava envolvida no caso. “Descobrimos o envolvimento do primo dele, Jaermerson de Assis, através da perícia realizada no carro dele. No veículo, encontramos fios de cabelos longos, possivelmente do sexo feminino, que estão sendo analisados pelo Instituto de Criminalística e serão comparados aos fios de cabelo da vítima”, explicou o delegado.
No carro, que pertence ao mandante do crime, foi encontrado um objeto da advogada e vestígios de material orgânico. “Acreditamos que em algum momento após o sequestro, eles trocaram a vítima de carro, pois encontramos no veículo de Jaermerson, um pingente – que foi identificado pela família e vestígios de um material orgânico, que acreditamos ser sangue da vítima. Aguardaremos pelo resultado do DNA”, pontuou.
Outro envolvido no crime seria Valdomiro Francisco dos Santos, que era amigo do pai de Jaermerson. “Quatro balas foram removidas do corpo da advogada. Após o laudo da balística, foi identificado que os projéteis retirados, eram compatíveis com as do revólver calibre 38, encontrado na residência de Valdomiro. As investigações apontam que ele teria executado Severina”, afirmou o delegado.
Somando as penas, caso sejam condenados, cada indiciado terá cerca de 39 anos de reclusão. Durante os 95 dias de investigação, cerca de 40 testemunhas foram ouvidas, 8 perícias técnicas foram feitas e as diligencias realizadas em 8 municípios do Agreste e Zona da Mata Sul, apreenderam 10 armas de fogo. De todos os investigados pela morte da advogada, que negaram participação no crime, somente Jaermerson de Assis, tem passagem pela polícia. “Ele é acusado de dois outros homicídios e responde em liberdade por ter problemas de saúde”, comentou o encarregado.
Entenda o caso - A advogada Severina Natalícia da Silva (45) teria sido vista no último dia 5 de dezembro de 2013, enquanto passava pela BR 232, no distrito de Encruzilhada de São João – município de Bezerros, Agreste do Estado. De acordo com testemunhas, Severina teria sido abordada, dominada e colocada no interior de um Fiat Uno, de cor escura, que segundo a polícia, pertence à Jaermeson de Assis.
No dia 23 de dezembro, a Divisão Especial de Apuração de Homicídios (DEAH) realizou uma busca no Sítio do Sossego, no município de Água Preta, também no Agreste. No local, foi encontrado um cadáver completamente carbonizado. Segundo a perícia, um anel de formatura, foi um dos objetos que foi reconhecido pela família e que ajudou na identificação do corpo.