O aquecimento global está fazendo com que os oceanos estejam mais doentes do que nunca, propagando doenças entre animais e seres humanos e ameaçando a segurança alimentar do planeta, segundo um relatório científico apresentado nesta segunda-feira.
As descobertas, baseadas em pesquisas científicas revisadas por pares, foram compiladas por 80 cientistas de 12 países, disseram especialistas no Congresso de Conservação Mundial realizado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) no Havaí.
"Todos sabemos que os oceanos sustentam o planeta. Todos sabemos que os oceanos proveem cada segundo de ar que respiramos", afirmou a diretora-geral da IUCN, Inger Andersen, à imprensa durante o encontro, que reúne 9.000 líderes e representantes de governos e de grupos ambientalistas em Honolulu.
"E no entanto estamos deixamos os oceanos doentes", completou.
O relatório, "Explicando o aquecimento do oceano", é o estudo "mais completo e sistemático que temos sobre as consequências do aquecimento global nos oceanos", disse Dan Laffoley, um dos autores principais.
As águas do mundo absorveram mais de 93% do calor gerado pelas mudanças climáticas desde 1970, amenizando as temperaturas em terra mas alterando dramaticamente o ritmo de vida nos oceanos, acrescentou o cientista.
"O oceano tem estado nos protegendo e as consequências disso são absolutamente maciças", disse Laffoley, vice-presidente da Comissão Mundial de Áreas Protegidas da IUCN.