A delegação paralímpica brasileira, que viaja nesta segunda-feira (13) para a Inglaterra, fará, pela primeira vez, um trabalho de adaptação no país sede com toda a equipe antes dos Jogos Paralímpicos. Os 163 atletas que irão embarcar nesta tarde se juntam, na Europa, às equipes de hipismo e vela, e também a três fundistas e nove nadadores que já treinam no continente europeu.
A maior parte da delegação vai se concentrar na cidade inglesa de Manchester, onde ficará até o dia 22. Lá, os atletas seguem com os treinamentos e fazem alguns amistosos antes das Paralimpíadas, que ocorre de 29 de agosto a 7 de setembro em Londres.
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De acordo com o subchefe da missão, Jonas Freire, a aclimatação é importante, pois os atletas terão chance de se adaptar ao novo clima, à mudança de fuso horário e poderão evitar o jet lag – desconforto causado pela diferença de fuso horário. A estrutura em Manchester, segundo Freire, está montada há 15 dias e inclui, entre outros cuidados, a alimentação dos atletas.
“Como o nosso costume é diferente do inglês, a gente resolveu levar alguns cozinheiros nossos, um chefe de cozinha e uma nutricionista, para que [os atletas] possam fazer uma alimentação bem parecida com o que o brasileiro está acostumado”, conta.
Na última Paralimpíada, em Pequim (2008), apenas as equipes de natação e atletismo fizeram a aclimatação. Já para os jogos em Londres, um convênio feito com o Ministério do Esporte, por meio do Sistema de Convênios do Governo Federal (Sincov), possibilitou a estadia.
Os investimentos do governo federal saltaram de R$ 77 milhões, na Paralimpíada de Pequim, para R$ 165 milhões em Londres. Em 2011 e 2012, foram gastos R$ 19,5 milhões pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, na preparação de atletas, compra de materiais, contratação de profissionais, viagens e competições em outros países.
Ao longo dos anos, a colocação conquistada pelo Brasil nas Paralimpíadas também evoluiu. Em Sydney (2000), ficou em 24º, em Atenas (2004), o país chegou ao 14º, e em Pequim (2008) subiu para o nono.
Uma das esperanças do Brasil para engrandecer o quadro de medalhas em 2012 é Terezinha Guilhermina, a atleta com deficiência visual mais rápida do planeta. “Quero fazer as melhores marcas da minha vida e fazer dessa competição de Londres a principal da minha carreira. Trabalhei muito para chegar aqui bem e espero conseguir mostrar isso nas pistas”, disse a velocista durante a despedida dos atletas hoje, em Guarulhos (SP).
A ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, que foi se despedir dos atletas, destacou que a importância do evento esportivo vai além da conquista de medalhas. “Não há uma expectativa só de medalhas, pois o esporte paralímpico vai bem em termos de medalhas e deve vir com excelentes resultados, mas é uma participação cidadã, ativa e plena de que o Brasil supera preconceitos”, disse.
Para a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, as pessoas com deficiência não devem receber apenas assistencialismo. “Essas pessoas querem ser tratadas com direitos”. A ministra ressaltou ainda a necessidade de garantir a acessibilidade durante os Jogos de 2016. “Nas Olimpíadas que teremos no Brasil, vamos comemorar, além das vitórias que teremos com a nossa delegação paralímpica, a adaptação dos nossos espaços físicos”.