Tópicos | 7ª fase

As suspeitas que recaem sobre as desembargadoras Lígia Cunha e Ilona Reis, alvos de mandados de prisão temporária nas fases da Operação Faroeste abertas nesta segunda, 14, são detalhadas em representação de 201 páginas enviada pela Procuradoria-Geral da República ao ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça, relator da investigação sobre venda de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia. Segundo o documento, as organizações criminosas relacionadas às magistradas teriam pegado mais de R$ 1,7 milhão em propinas em razão da venda de decisões judiciais.

Segundo a PGR, as desembargadoras assumiram posição de destaque em atividades criminosas investigadas na Faroeste após a deflagração das primeiras fases ostensivas da investigação, quando 'a concorrência diminuiu' com o afastamento de desembargadores que hoje são réus perante o Superior Tribunal de Justiça.

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As sexta e sétima fases da Faroeste cumpriram 36 mandados de busca, além de ordens de afastamento não só das desembargadoras, também do desembargador Ivanilton Santos da Silva, do juiz João Batista Alcântara Filho, do Secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Teles Barbosa, da chefe de gabinete da SSP-BA, Gabriela Caldas Rosa de Macedo e da promotora de justiça Ediene Santos Lousado.

As informações que basearam novas as etapas ostensivas das investigações constam na delação do advogado Júlio César. Segundo a PGR, o operador revelou 'a existência de um modelo judicial criminoso no seio do Tribunal de Justiça baiano, em que várias organizações criminosas operavam sozinhas ou associadas, tendo julgadores, advogados e servidores, no seu corpo de funcionários e a venda de decisões como mercadoria para enriquecimento de todos em escalada geométrica'.

A Procuradoria diz que a organização criminosa da desembargadora Lígia Cunha, 'foi agraciada com a localização perfeita para desenvolvimento da atividade criminosa', a Câmara do Oeste do TJBA, 'vez que lá, independente de ter direito ou não, a corrupção é a regra do jogo'. Os investigadores apontam que o grupo negociou provimentos judiciais em cinco processos sob a relatoria de Lígia, pelo valor total de R$ 950 mil.

"Júlio César foi procurado por Diego Ribeiro, quando então trabalhava como assessor do Tribunal de Justiça da Bahia, na Câmara do Oeste, a fim de que pudessem identificar processos com valores altos em disputa, para que a parceria jurídica daquele, com Rui Barata e Sérgio Nunes, angariasse divisas criminosas, com a obtenção de julgamentos favoráveis de Lígia Cunha", apontou a PGR.

Ainda segundo a Procuradoria, após a 'logística criminosa ser implantada', o grupo foi reforçado por Ivanilton Júnior, filho do Desembargador Ivanilton da Silva, e por Arthur Barata, irmão de Rui Barata e filho de Lígia Cunha. Os investigadores falam ainda em uma expansão da 'rede de captação' da organização criminosa para a desembargadora Sandra Inês Rusciolelli, que também foi presa no âmbito da Faroeste.

Já a organização criminosa montada pela desembargadora Ilona Reis contava com a participação dos advogados Marcelo Junqueira e Fabrício Boer como principais operadores, apontou o delator Júlio César. A ele cabia 'pagar e confeccionar as decisões, dentro dos parâmetros ilícitos ajustados'.

"Em resumo, Júlio César relevou que integrava, como intermediador da venda de decisões, a organização criminosa da Desembargadora Ilona Reis, que contava com o operador Marcelo Junqueira, dentre outros, e era alimentada pelo advogado Fabrício Boer, numa captação de propina de R$ 800 mil".

Em sua delação, o advogado Júlio César ainda revelou suposta associação criminosa montada pelo desembargador Ivanilton da Silva com seu filho Ivanilton Júnior, seu principal operador. "Segundo o colaborador Júlio César, um voto foi negociado por Ivanilton Júnior, filho do desembargador Ivanilton Santos, tendo sido adiantado um valor de R$ 82.500,00 em cheque por Erardo Marchetti.

COM A PALAVRA, OS CITADOS

Até a publicação desta matéria, a reportagem buscou contato com os citados na representação da Procuradoria-Geral da República, mas sem sucesso. O espaço permanece aberto a manifestações.

Ao determinar a deflagração da sexta e da sétima fases da Operação Faroeste, que investiga um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia, o ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça, classificou como 'providência imperiosa' o afastamento dos desembargadores Ivanilton Santos da Silva, Lígia Maria Ramos Cunha Lima e Ilona Marcia Reis; do juiz João Batista Alcântara Filho; do Secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Teles Barbosa; da delegada e chefe de gabinete da SSP-BA, Gabriela Caldas Rosa de Macedo; e a promotora de justiça Ediene Santos Lousado.

Segundo o ministro, a medida visa evitar que os investigados 'continuem supostamente a ostentar função de destaque no âmago da estruturada organização criminosa, pois o afastamento do cargo representa não apenas a perda do "capital político" para influenciar outras pessoas a agirem de acordo com seus interesses ilícitos, mas ainda a perda do poder de obstrução das investigações'.

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"É inaceitável que os investigados, aparentemente descambando para a ilegalidade, valham-se das relevantes funções que o Estado lhes confiou para enriquecer ilicitamente, em prejuízo da justiça que deveriam fazer prevalecer diuturnamente, afastando-se do dever de reparar ilegalidades e de restaurar o império da lei", ponderou o relator da Faroeste.

Og apontou que as provas colhidas ao longo das investigações eram suficientes para demonstrar a necessidade da medida, destacando a 'alta gravidade' do caso, com indícios de desvios da atuação funcional e prática de tráfico de influência e de crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de capitais.

O relator da Faroeste no STJ frisou ainda os supostos crimes pelos quais os agentes públicos estão sendo investigados 'são diretamente ligados ao exercício funcional, pois são praticados no desempenho abusivo da função'. "São crimes que trazem efeitos deletério à reputação, à imagem e à credibilidade do Poder Judiciário, Ministério Público, Secretaria de Segurança Pública e Polícia Civil baianos, além da Polícia Federal", apontou.

O ministro também detalhou parte das suspeitas que recaem sobre o grupo, relacionando os supostos ilícitos aos cargos dos investigados. No caso dos desembargadores por exemplo, Og considerou que o risco na manutenção do exercício da função era 'potencializado', considerando que Lígia Maria, Ilona e Ivanilton compõem a Seção Cível de Direito Público do TJ-BA, além de integrarem, respectivamente, as Segunda, Quinta e Terceira Câmaras Cíveis da corte. Segundo o ministro, os magistrados 'são responsáveis por apreciar as disputas milionárias do oeste baiano', que deram origem às investigações da Faroeste.

"Não se pode admitir que os magistrados investigados continuem ditando o que é justo e o que não é, tomando assento nos julgamentos. Ao que indicam as provas colhidas até o presente momento, em prol de seus interesses econômicos escusos, eles prejudicaram - e prosseguem prejudicando - o jurisdicionado e seu direito à liberdade, ao patrimônio e a outros temas altamente sensíveis a todos os cidadãos", ponderou.

Já a manutenção de João Batista no cargo de juiz, Og chamou de 'desaconselhável', apontando que a investigação identificou sua eventual participação numa negociação de quase R$ 3 milhões em propinas, relacionadas a dez decisões do magistrado.

Na mesma linha, relator da Faroeste considerou que Ediene Santos Lousado 'ostenta especial condição de risco no exercício da função pública, já que atualmente é membro auxiliar da Corregedoria Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público e está prestes a assumir o cargo de Conselheira no referido CNMP, o que aumentará ainda mais sua esfera de influência e eventual capacidade intimidatória'

Com relação ao secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Teles Barbosa, a decisão de Og registra que, segundo o Ministério Público Federal, ele exerceria 'papel central na garantia de impunidade dos diversos núcleos criminosas'.

"Conforme acima exposto, ele teria demonstrado sua periculosidade social na condução do cargo quando da deflagração da Operação Fake News pela SSP/BA, em julho de 2019, cuja finalidade escusa consistiria em neutraliza os opositores do esquema criminoso liderado por Adailton Maturino dos Santos", aponta o despacho.

Por sua vez, a gravidade da atuação de Gabriela Caldas Rosa de Macedo como chefe de gabinete da SSP/BA teria sido demonstrada, segundo Og, 'pela identificação de sua vinculação a diversos investigados, justamente nos períodos que margeavam o cumprimento de medidas judiciais sigilosas, a sugestionar seu desvios no exercício da função'.

 

COM A PALAVRA, OS INVESTIGADOS

Até a publicação desta matéria, a reportagem buscou contato com os citados, mas sem sucesso. O espaço permanece aberto a manifestações.

 

COM A PALAVRA, O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA BAHIA

Até a publicação desta matéria, a reportagem buscou contato com a corte, mas sem sucesso. O espaço permanece aberto a manifestações.

 

COM A PALAVRA, A SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA DA BAHIA

Até a publicação desta matéria, a reportagem buscou contato com o órgão, mas sem sucesso. O espaço permanece aberto a manifestações.

 

COM A PALAVRA, O MINISTÉRIO PÚBLICO DA BAHIA

Até a publicação desta matéria, a reportagem buscou contato com a instituição, mas sem sucesso. O espaço permanece aberto a manifestações.

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta terça-feira (4), a Operação Chorume, sétima fase da Operação Descarte, para investigar um escritório de advocacia que teria emitido notas fiscais frias e entregado dinheiro em espécie para o Consórcio Soma, que era responsável pelos serviços de limpeza urbana de São Paulo. A ação investiga ainda uma tentativa de obstrução das fiscalizações da Receita Federal em 2017 mediante pagamento de R$ 3 milhões.

Agentes cumprem 21 mandados de busca na capital de São Paulo, Barueri, Santana de Parnaíba, Francisco Morato, Santos, São José do Rio Preto, Itajaí (SC), Brasília (DF) e Cidade Ocidental (GO).

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A Operação Descarte, desdobramento da Lava Jato, foi deflagrada inicialmente em março de 2018. O consórcio Soma, criado em 17 de outubro de 2011, foi um dos alvos da investigação. As delações do doleiro Alberto Youssef e do empresário Leonardo Meirelles serviram como base para o desencadeamento da ação.

Na ocasião, a PF identificou que o consórcio Soma usou botas, sapatênis, bonés, uniformes, tintas, sacos de lixo e detergentes para lavar R$ 200 milhões. O consórcio fazia aquisições falsas das mercadorias e chegou a simular a compra de R$ 14,27 milhões em sacos de lixo, entre 2014 e 2016, indicou a corporação à época.

Na Operação Chorume, a Polícia Federal apurou que um escritório de advocacia de São Paulo era responsável por gerenciar a emissão de notas fiscais frias de fornecimento de matéria-prima ou prestação de serviços para o Consórcio Soma. Além disso, entregava dinheiro em espécie ao grupo e a outros clientes.

A Receita Federal indicou que uma fiscalização identificou que o grupo de coleta de lixo realizou pagamentos de pelo menos R$ 245 milhões "a dezenas de fornecedores inexistentes de fato".

Segundo PF, foram identificadas até o momento três pessoas que entregavam dinheiro para que o escritório de advocacia o repassasse a seus clientes. Elas indicavam as contas bancárias de empresas fictícias para as quais deveriam ser realizadas as transferências e depois devolviam o dinheiro em espécie ao escritório, com a cobrança de uma taxa de 2 a 3% do montante.

Quanto à tentativa de obstrução das investigações, a PF apontou que o grupo investigado contatou pessoas "supostamente com grande influência na Receita Federal em Brasília" para tentar barrar as fiscalizações, mediante o pagamento de R$ 3 milhões.

De acordo com a corporação, metade do valor foi pago, parte dele para um escritório de advocacia no Distrito Federal. "No entanto, apesar da apresentação de documentos internos e sigilosos da Receita Federal para os investigados, aparentemente não teve efetividade essa tentativa de obstrução", indicou a corporação em nota.

A ação apura os crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação tributária, violação de sigilo funcional, organização criminosa e embaraço à investigação de crime que envolva organização criminosa.

Defesa

A reportagem busca contato com o Consórcio Soma. O espaço está aberto para manifestações.

Um sobrinho do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), foi alvo de mandado de condução coercitiva - quando o investigado é levado para depor e liberado - em nova fase da Operação Acrônimo nesta terça-feira (13). O empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, delator da Acrônimo, afirma ter dado R$ 200 mil para Felipe Torres abrir um restaurante em Piracicaba (SP) a pedido de Pimentel.

Em depoimento no dia 12 de maio para a delegada Denisse Dias Rosas Ribeiro na sede da Superintendência da Polícia Federal em Brasília, Bené relatou detalhes da transação. Segundo ele, naquele ano Pimentel o procurou e comentou sobre "solicitações" que vinha recebendo do sobrinho, Felipe, "sobre a necessidade de aporte financeiro" para abrir um restaurante em Piracicaba.

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Bené declarou que Fernando Pimentel o incumbiu de "resolver essa demanda". Ele disse aos investigadores que informou o então candidato ao governo de Minas que "a única quantia disponível naquela oportunidade era de cerca de R$ 800 mil transferidos pela empresa Caoa para conta da empresa Colorprint para pagamento de despesas da campanha eleitoral de 2014".

Segundo o delator, o valor era referente ao "ajuste financeiro’ entre Pimentel e os acionistas da Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade e Antonio dos Santos Maciel Neto. Tal "ajuste", afirmou Bené, era correspondente a supostos benefícios que o petista teria concedido ao grupo empresarial quando ocupava a cadeira de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do governo Dilma Rousseff.

Em relato anterior, ainda no âmbito de sua delação premiada, Bené afirmou que o Grupo Caoa repassou R$ 20 milhões para Pimentel, dos quais R$ 13 milhões teriam sido destinados à campanha e outros R$ 7 milhões pagos ao petista no exterior.

Pimentel já foi denunciado pela Procuradoria da República perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ) por supostos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele é acusado de receber propina da montadora de veículos Caoa para favorecê-la no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, pasta que comandou de 2011 a 2014.

O delator disse que para atender o pedido de Pimentel, entrou em contato com uma pessoa chamada Sebastião e com o sobrinho do governador para tratarem "em conjunto" do tema. Segundo ele, Felipe foi a Brasília e apresentado a Sebastião.

Bené informou que o uso do dinheiro recebido pela Colorprint foi "autorizado" para investimento no restaurante.

Ele disse que soube que, posteriormente, o sobrinho de Pimentel e Sebastião acertaram um contrato de "prestação de serviços de reforma e construção entre a Colorprint e a prestadora desses mesmos serviços ao restaurante".

O contrato, disse o delator, foi firmado "para dar lastro" à transferência da quantia "aproximada" de R$ 800 mil. O valor, destacou, teve origem da conta da Caoa, "passou pela conta da Colorprint e custeou as reformas no restaurante".

Defesas

Quando foram citados na delação de Bené, em junho deste ano, os investigados se manifestaram sobre o assunto. "A CAOA repele com veemência qualquer irregularidade e reafirma que jamais contratou ou pagou, no Brasil ou no exterior, qualquer pessoa ou empresa para angariar vantagens junto a qualquer agente ou órgão público. Convém esclarecer ainda que a CAOA jamais celebrou contrato ou foi tomadora de empréstimos junto ao BNDES", disse a empresa por meio de nota.

"A CAOA participa do Programa Inovar Auto, criado pelo MDIC, junto com outras 22 montadoras. Todos os incentivos e contrapartidas assumidos pela CAOA, que estão sendo rigorosamente cumpridas, decorrem de direitos previstos em lei e foram permanente e detalhadamente examinados tanto no aspecto técnico quanto no jurídico, no âmbito do MDIC, MCTI e AGU.

Os incentivos concedidos à CAOA e as contrapartidas impostas observam estrita permissão legal, em condições permitidas a todas as demais empresas do setor automobilístico".

"Não atende à lógica comum e ao bom senso a afirmação de que tivesse a CAOA realizado vultosos pagamentos para obter direitos reconhecidos expressamente em Lei", finaliza a nota.

O criminalista José Roberto Batochio, defensor da Caoa, também se manifestou, dizendo que a empresa "desconhece esses fatos (sobre o restaurante no interior de São Paulo), não tem conhecimento e nega enfaticamente qualquer participação neles."

O governador de Minas, Fernando Pimentel, defendeu-se por meio de seu advogado, Eugênio Pacelli: "A delação dessa pessoa, de conhecimento público e repercutida em doses homeopáticas, revela reiteradas mentiras e o desespero de quem está disposto a alimentar o imaginário acusatório e de prévia condenação do investigado".

"É sempre preciso lembrar que a delação por si só não é elemento de prova e a divulgação de parte de seu suposto conteúdo, além de ilegal, o que pode invalidá-la, não tem outro sentido senão o de influenciar a opinião pública, que, quase sempre, não se interessa mais pelas explicações da defesa. O objetivo é amplamente conhecido: uma mentira repetida mil vezes se torna verdade", escreveu Pacelli.

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (13) a 7ª fase da Operação Acrônimo. O alvo principal é um sobrinho do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT). Felipe Torres é sócio de Pimentel numa rede do restaurante Madero em um shopping na cidade de Piracicaba (SP). Ele foi alvo de condução coercitiva e houve busca e apreensão em seus endereços.

A operação foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ao todo foram dois mandados de condução coercitiva no Distrito Federal, Paraná e São Paulo. O segundo foi contra o empresário Sebastião Dutra, da empresa Color Print. Ele teria omitido notas fiscais falsas para uma empresa que fez obras no restaurante e para a campanha de Pimentel.

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A Operação Acrônimo investiga esquema de corrupção envolvendo a liberação de empréstimos do BNDES e outros atos em troca de pagamento de propina para Fernando Pimentel. Na época dos supostos fatos ele era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio no governo Dilma Rousseff, com ingerência no banco. O petista não é alvo da ação desta terça-feira.

Em junho, a revista Época divulgou que o aporte no restaurante veio de uma propina de R$ 20 milhões paga pela montadora Caoa em troca de isenção fiscal dada por Pimentel enquanto ministro. A informação foi dada pelo empresário Benedito de Oliveira Neto, o Bené, operador de Pimentel, em depoimento de delação premiada. O dinheiro foi repassado para a Color Print por meio de contrato fictício. Essa gráfica atendia a campanha do petista.

A reportagem não localizou os envolvidos e o espaço está aberto para manifestações.

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