Tópicos | 28º Salão do Automóvel

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, disse nesta quinta-feira, 30, acreditar que os ajustes macroeconômicos que a presidente Dilma Rousseff está fazendo serão fundamentais para a retomada da economia em 2015 e, consequentemente, do mercado automotivo. Segundo ele, os ajustes vão viabilizar um crescimento econômico equilibrado, "que é o que essa indústria necessita".

"O mercado brasileiro é promissor. Hoje somos o 7º maior produtor e o 5º maior mercado do mundo. Temos de progredir nas duas coisas. Fazendo os ajustes macroeconômicos, teremos uma retomada da economia em 2015, nesse sentido essa perspectiva é fundamental para a retomada do mercado automotivo, fortemente atingido esse ano", afirmou durante discurso na abertura do Salão do Automóvel de São Paulo.

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Borges afirmou que a magnitude do evento depõe a favor da evolução da indústria automotiva brasileira. "Todos os grandes players que competem mundialmente estão aqui. Isso é extremamente importante", destacou. Segundo ele, o setor evoluiu porque o setor e o governo "deram as mãos" para o desenvolvimento produtivo e tecnológico da indústria automotiva. "O Inovar auto foi um grande passo a frente nessa evolução", afirmou.

De olho no segmento de carros premium, que cresce no Brasil mesmo quando o mercado, em sua totalidade, está em queda, a Jaguar Land Rover anunciou na quarta-feira, 29, no Salão Internacional do Automóvel, que produzirá no Brasil o utilitário esportivo Discovery Sport, modelo que vai custar R$ 180 mil.

Será o primeiro veículo a sair da linha de montagem da fábrica de R$ 750 milhões que o grupo está construindo em Itatiaia (RJ), a ser inaugurada em 2016. O utilitário que será lançado mundialmente no próximo ano chegará inicialmente ao País no primeiro semestre de 2015 importado do Reino Unido. O modelo já será vendido pelo preço da versão nacional, informou Terry Hill, presidente da Jaguar Land Rover do Brasil.

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Ele acredita que o segmento premium, que hoje responde por aproximadamente 2% das vendas totais de automóveis e comerciais leves no País, terá essa fatia ampliada para 3% a 5% em 2020. "Em dez anos é possível que essa participação chegue a 10%, se igualando a de países maduros", disse o executivo.

Para Phil Popham, diretor global da Jaguar Land Rover, o mercado brasileiro como um todo tem grande potencial e deverá passar das atuais 3 milhões de unidades vendidas ao ano para 5 milhões em 2020. "O segmento premium, que cresceu significativamente nos últimos anos, continuará crescendo".

A fábrica carioca terá capacidade para 24 mil veículos ao ano e o grupo ainda estuda quais serão os próximos produtos a serem produzidos localmente. Um modelo Jaguar não está descartado, informou Hill.

O presidente da BMW do Brasil, Arturo Piñero, previu para este ano vendas de 49 mil a 50 mil veículos de luxo no País, uma alta de quase 10% ante as 45 mil unidades de 2013. O número inclui marcas de super luxo, como Ferrari e Porsche.

O grupo inaugurou este mês sua fábrica em Araquari (SC) onde está produzindo o sedã Série 3. O utilitário-esportivo X1 entrará na linha de montagem em breve.

Outra marca de luxo, a Audi, inaugura sua fábrica em São José dos Pinhais (PR), no mesmo complexo da Volkswagen no próximo ano. O grupo anunciou que o A3 sedã, o primeiro carro a ser fabricado no País, terá motor flex fabricado pela Volkswagen em Taubaté (SP). No início de 2016 será a vez da Mercedes-Benz abrir sua fábrica de automóveis em Iracemápolis (SP). Ontem, no segundo dia dedicado à imprensa no Salão, foi a vez dos importados mostrarem suas novidades. A Porsche mostra modelos inéditos como o 911 Targa 4S e o híbrido 918 Spyder.

Híbridos

O presidente da Porsche do Brasil, Marcel Visconde, assim como executivos de outras marcas de luxo, informaram que modelos híbridos e elétricos só serão viáveis no País com novas regras no programa de incentivos ao carro verde. No mês passado o governo anunciou a redução do Imposto de Importação desses modelos, mas não incluiu versões plug-in (que pode ser recarregada na tomada) e as somente elétricas.

A Jaguar traz o XE - que muitos apostam que pode ser produzido no Brasil futuramente - e a nova versão do XF. A Suzuki mostra várias versões do jipe Jimny, que está sendo fabricado no Brasil desde o ano passado e uma edição especial do Grand Vitara que tem como atrativo um sistema que elimina o estepe.

O salão abre as portas ao público do Anhembi nesta quinta-feira, 30, às 14 horas, após cerimônia de inauguração que terá a presença do ministro do Desenvolvimento, Mauro Borges, representando a presidente Dilma Rousseff. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Antes dominado por carros compactos, o mercado brasileiro cada vez mais abre espaço para modelos de maior porte. O Salão do Automóvel deste ano - que será aberto ao público nesta quinta-feira (30), no Anhembi -, mostra uma clara tendência das montadoras em ampliar no Brasil o mercado dos utilitários-esportivos (SUVs), segmento que hoje representa 9% das vendas.

Várias montadoras anunciaram na terça-feira, 28, produtos neste segmento. A Honda vai iniciar a produção do HR-V em março na fábrica de Sumaré (SP). O modelo, lá fora chamado de Vezel, estava inicialmente previsto para a fábrica de Itirapina (SP), que será inaugurada apenas no fim do próximo ano.

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A capacidade produtiva será de 50 mil unidades anuais do utilitário de pequeno porte, diz Issao Mizoguchi, presidente da Honda América do Sul. Segundo ele, a fábrica de Itirapina vai dividir a produção de todos os modelos com a unidade de Sumaré, começando com o Fit.

Com inauguração prevista para o primeiro trimestre de 2015, a fábrica da Fiat em Goiana (PE) fará produtos da marca Jeep e o primeiro deles é o SUV Renegade. O modelo terá três versões com opção de motores flex e diesel. Será o primeiro veículo brasileiro que terá como opcional o sistema de estacionamento automático, que faz as manobras sem a intervenção do motorista, informa Sérgio Ferreira, diretor geral da Chrysler.

No ano passado, o segmento de SUVs vendeu no Brasil cerca de 130 mil unidades, volume que deve ser mantido neste ano, apesar de o mercado como um todo cair em torno de 10%, segundo projeções do setor. De acordo com Ferreira, no mundo todo esse segmento responde por 18% das vendas, participação que é de 12% na América Latina e estava em 8% no Brasil, mas este ano já cresceu.

A Peugeot já tem um utilitário (ou crossover, uma mistura de SUV com automóvel) que começa a ser produzido em Porto Real (RJ) na primeira metade de 2015. O Peugeot 2008 é a principal aposta da marca para recuperar significativas perdas que vem tendo no Brasil.

Embora tenha novidades na linha dos SUVs que já produz no País, a Mitsubishi faz o caminho inverso e iniciará, em novembro a produção do sedã Lancer na fábrica de Catalão (GO).

Picape

Já a aposta da Renault é entrar no segmento de picapes. A empresa mostra no salão um modelo que ainda considera "protótipo", chamado de Duster Oroch, mas que em breve deverá se tornar produto de linha. O diretor das operações da Renault nas Américas, Denis Barbier, afirma que a região consome 1,2 milhão de comerciais leves por ano, dos quais 75% são picapes. "É obviamente uma oportunidade de mercado que não podemos perder". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Ford espera uma recuperação do mercado automotivo a partir do segundo semestre de 2015, afirmaram, nesta terça-feira, 28, dirigentes da empresa durante entrevista à imprensa no 28º Salão do Automóvel, aberto hoje. Eles disseram esperar mudanças por parte do governo que possibilitem uma retomada da economia brasileira como um todo, mas ponderaram que aguardam sinais mais claros dessas modificações, como a indicação da nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff, para tomar decisões em relação aos investimentos futuros.

O presidente da Ford na América Latina, Steven Armstrong, avaliou que a queda nas vendas da indústria automobilística neste ano em relação a anos anteriores foi causada por uma série de fatores, entre eles a Copa do Mundo e as eleições, que impactaram na economia brasileira como um todo. Diante disso, ele prevê que o setor deva encerrar 2014 com um total entre 3,2 milhões e 3,3 milhões de unidades vendidas, das quais a marca deve ter participação de aproximadamente 10%, o que daria algo em torno de 33 mil automóveis.

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"A primeira metade de 2015 ainda vai ser ruim. Somente a partir do segundo semestre devemos começar a se recuperar", afirmou. Para ele, uma retomada maior do setor em 2016 vai depender da volta de crescimento maior do PIB. Ele defendeu que a indústria brasileira precisa se tonar mais competitiva e, para isso, é preciso combater o chamado Custo Brasil, ainda muito alto. Apesar de não dar previsão, ele garantiu que a Ford deve continuar investindo em novos produtos. De 2011 a 2015, o total investido pela empresa deve ser de R$ 4,5 bilhões.

O vice-presidente da Ford América do Sul, Rogélio Golfarb, por sua vez, destacou que o principal gargalo que a indústria automobilística brasileira deve resolver é o excesso de capacidade. Segundo ele, na América do Sul, a Ford deve encerrar o ano com 45% da sua capacidade ociosa, podendo subir próximo de 50% em 2015. Outro problema, citou, é em relação ao IPI. Apesar de dizer que trabalha com o fim da redução da alíquota em 2014, ele afirma que o diálogo com o governo para tentar prolongar o benefício "nunca parou".

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