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Na manhã desta quarta-feira (1º), representantes de sete centrais sindicais, partidos políticos, militantes e sociedade civil se reuniram em um ato na Praça do Derby, na área central do Recife. Dentre as reivindicações neste Dia do Trabalhador, o destaque é para a não aprovação da Reforma da Previdência.
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O grupo anunciou uma greve geral nacional para o dia 14 de junho contra as mudanças na aposentadoria. Não será apenas uma paralisação, mas a greve efetivamente. Esse é o tom dos discursos da CUT e demais centrais sindicais – Força Sindical, CTB, Intersindical, CSP-Conlutas, Nova Central, CGTB, CSB e UGT.
A concentração teve início às 9h e o ato seguiu com discursos, fala das lideranças regionais e integração entre os participantes. A organização não divulgou o número e nem a estimativa de pessoas que estavam no local.
Para Luiza Batista, presidente do Sindicato das Trabalhadores Domésticas de Pernambuco, participar do movimento é legitimar o direito de luta conquistado através de muito esforço. "Estamos aqui reunidos porque para nós é um dia que simboliza todas as conquitas dos brasileiros. É um momento de lutar por tudo que temos. Os ricos que elegeram o Bolsonaro queriam ampliar os privilégios que já tinham, mas eu percebo que a classe de trabalhadores que apoiou esse político cometeu um equívoco", afirmou.
A doméstica aposentada também comentou os primeiros meses de governo e de como a classe trabalhadora é a que mais sofre com ele. "Bolsonaro assumiu recentemente. E olha o que já perdemos, todo o respeito perante o mundo. Estamos tendo um desmonte atrás do outro e não podemos cruzar os braços. O que acontece é um desrespeito com a história de quem já lutou pelos direitos que temos hoje", disse.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), Áureo Cisneiros, apontou que o principal problema da Reforma da Previdência é acabar com o direito da aposentadoria da maioria do povo brasileiro. "São milhões de pessoas que não poderão se aposentar com a idade mínima ou contribuição mínima. Muitas pessoas vão sofrer, principalmente os trabalhadores rurais. Queremos uma previdência social do jeito que está e se querem mexer, que tirem os privilégios dos mais ricos", denunciou.
Quem também participou do ato de 1º de maio na Praça do Derby foi Dani Portela, candidata ao Governo de Pernambuco em 2018 pelo PSOL. A política considera que o presidente Bolsonaro não está do lado dos trabalhadores e por isso, este ano, a mobilização precisa ser mais forte. "Os trabalhadores brasileiros precisam se unir. Essa é uma reforma que coloca 80% de sua carga nos mais pobres. Ela amplia as desiguldades no Brasil. O presidente disse que enfrentaria privilégios, mas o que acontece na realidade é o oposto", criticou.
O governo apresentou no dia 20 de fevereiro a proposta de reforma da Previdência Social. A proposta de emenda à Constituição (PEC) começará a tramitar pela Câmara dos Deputados. Se for aprovada, seguirá para o Senado.
A proposta cria uma idade mínima de aposentadoria. Ao final do tempo de transição, deixa de haver a possibilidade de aposentadoria por tempo de contribuição. Para mulheres, a idade mínima de aposentadoria será de 62 anos, e para homens, de 65. Beneficiários terão que contribuir por um mínimo de 20 anos. Essa idade mínima vai subir a partir de 2024 e, daí em diante, a cada quatro anos, levando em consideração a expectativa de sobrevida do brasileiro.