RMR: 34% acreditam que vida melhorou após Lula, diz estudo
Índice representa eleitores convictos do presidente e é similar ao que existia antes das eleições de 2022
A Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire) realizou, no último mês de março, uma pesquisa com eleitores da Região Metropolitana do Recife (RMR), a fim de avaliar a perspectiva da população da região diante dos primeiros 100 dias de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A instituição informou que, em vez de utilizar bandeiras políticas e avaliação de governo como pontos de partida, preferiu basear a pesquisa em aspectos de mudança sentidos diretamente no cotidiano dessas pessoas.
No resultado do levantamento, 34,51% dos entrevistados disseram sentir que a vida “melhorou” ou “melhorou muito”. O economista e coordenador da Fafire Inteligência de Mercado, Tarcísio Régis Bastos, enfatiza que o percentual é similar ao de lulistas convictos no Recife antes da eleição. Ou seja, eleitores que sempre enxergaram Lula como a melhor ou única opção e que acreditam no governo do mandatário, não apenas utilizaram o voto no petista por rejeição a outro candidato.
O índice de rejeição repetiu a tendência pré-eleição. Entre os entrevistados, aproximadamente 15% responderam que a vida “piorou” ou “piorou muito”. Na análise das idades, da faixa etária dos entrevistados, o motor propulsor foi a juventude, especialmente dos 18 aos 24 anos de idade. Número esse que confirma um dos braços utilizados pelo marketing da campanha de Lula, responsável pelo incremento no número de votos.
Na avaliação geral, no entanto, o índice de mudança ficou em cima dos 50% e mostra que os efeitos do novo governo ainda não são bem sentidos pela população local. Para o advogado e cientista político Felipe Ferreira Lima, professor do curso de Direito da Fafire e consultor da pesquisa, a ideia da análise foi tentar despir um pouco as influências eleitorais dos cidadãos recifenses e fugir da discussão meramente política e o que se percebeu, com as respostas colhidas, é que a vida segue inalterada para metade dos entrevistados.
A pesquisa
O levantamento teve como objetivo aferir qual a percepção da população sobre os impactos causados durante os três primeiros meses da gestão. A abordagem versou em cinco estratos principais: se a vida está muito melhor; melhor; a mesma de antes; piorou; ou, se está muito pior.
O estudo foi realizado no período de 28 a 31 de março passado e, no total, 542 pessoas com idades entre 18 e 65 anos foram entrevistadas em diversos espaços públicos do Recife. Entre as variáveis socioeconômicas da pesquisa estavam gênero, faixa etária, escolaridade e faixa de renda.