Bolsonaro: 'Brasil está há 2 anos e 8 meses sem corrupção'
Em discurso à ONU, o presidente garantiu que país visto na mídia não corresponde à realidade e avaliou bem a própria gestão
Em palco internacional, onde foi o primeiro a discursar durante a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) na manhã desta terça-feira (21), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) optou por fazer discurso à sua base eleitoral, destacando supostas conquistas do Brasil e ignorando os alertas feitos por líderes internacionais sobre pautas brasileiras, como a Amazônia e atentados à democracia. Em resposta, o presidente exaltou um “Brasil diferente” do reportado na mídia e com "credibilidade recuperada". Segundo ele, o país está "há 2 anos e 8 meses sem qualquer caso concreto de corrupção".
"Nossas estatais davam prejuízos de bilhões de dólares, hoje são lucrativas. Nosso Banco de Desenvolvimento era usado para financiar obras em países comunistas, sem garantias. Tudo isso mudou. Apresento agora um novo Brasil com sua credibilidade já recuperada", apontou.
Em seguida, Bolsonaro descreveu que a gestão do país tem uma "base sólida" porque tem valores cristão e respeita a Constituição Federal e os cidadãos. "O Brasil tem um presidente que acredita em Deus, respeita a Constituição e seus militares, valoriza a família e deve lealdade a seu povo".
O mandatário também citou investimentos já acordados no país com o setor privado em equipamentos como aeroportos e ferrovia, destacou também que em apenas alguns dias recebeu "14 pedidos de autorização de novas linhas de comboio", realça, o que diz ser um reflexo do caminho para "diminuir o consumo de combustíveis fósseis".
Em mais uma pauta de aproximação com seu eleitorado, destacou as manifestações do 7 de Setembro, convocadas sob tom antidemocrático para a batalha instaurada pelo presidente contra o Supremo Tribunal Federal (STF), e as chamou de “maior manifestação da história” do Brasil.
O discurso de Bolsonaro chamou atenção por ser “interno” e não responder às questões apontadas pelos mais de 100 países que aguardavam um líder menos autocentrado. No mesmo trecho, o chefe do Executivo chegou a mencionar um auxílio de US$ 800 (aproximadamente R$ 4.200) que não existiu, políticas florestais modelo e voltou a defender o tratamento precoce contra a Covid-19. Ele é o único entre os 19 líderes do G20 (composto pelas 19 principais economias mais a União Europeia) a não ter tomado ainda a vacina contra a COVID-19.