Joel da Harpa diz que PM protegeu vereadora Liana Cirne
A petista precisou de atendimento médico depois de ser atingida com spray de pimenta por um policial do batalhão de Choque, em protesto contra Bolsonaro, no último domingo (30)
Nesta terça (1), o deputado estadual Joel da Harpa (PP) lançou uma nota em que defende a atuação dos policiais militares na repressão a um protesto a favor do impeachment do presidente Jair Bolsonaro, realizado no último domingo (30), no Centro do Recife. A ação, que deixou feridos transeuntes, manifestantes e até a vereadora do Recife Liana Cirne Lins (PT), não foi autorizada pelo governador Paulo Câmara (PSB).
No texto, Joel da Harpa alega que o policial que disparou o spray de pimenta no rosto da parlamentar estava tentando protegê-la, pois ela poderia se ferir, devido à sua proximidade com a viatura. "Se observarmos os vídeos, o policial, na verdade, salvou a vida dela e evitou uma tragédia pois a mesma estava colada na viatura, a qual estava em movimento", escreveu o deputado, sem apresentar qualquer prova para confirmar sua versão dos fatos.
Em um vídeo publicado nas redes sociais de Liana Cirne, é possível assistir ao momento em que ela se aproxima da janela da viatura, na tentativa de dialogar com os policiais. Um deles, então, dispara o spray de pimenta diretamente no rosto da vereadora, que cai no chão e é socorrida por assessoras. Depois do incidente, Liana precisou ser socorrida para a UPA de Torrões, na zona oeste da capital pernambucana.
A conduta dos policiais está sendo investigada pela Secretaria de Defesa Social (SDS). "Na tarde de ontem estivemos nas duas unidades operacionais para conversar com a categoria e colocar toda a nossa equipe à disposição. O que ouvimos confirma nossa opinião de que a tropa estava cumprindo sua missão e, mais uma vez, está sendo injustiçada", coloca a nota do parlamentar.
No posicionamento oficial, ainda é dito que os manifestantes “atearam fogo em pneus, jogaram pedras contra os policiais o que resultou na necessidade de uma ação mais dura com o uso de balas de borracha e gás lacrimogêneo contra manifestantes". Não há registros ou imagens que comprovem a afirmação. A ação da polícia também deixou dois homens, que não participavam da manifestação, cegos. Eles foram alvejados no rosto por tiros de balas de borracha.