Maia: Paulo Câmara tem 'predicados para ser presidente'
Ex-presidente da Câmara mencionou líderes do Nordeste como opções para a “terceira via” e elogiou o governador pernambucano
O deputado federal e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao comentar possíveis futuros candidatos à Presidência da República, mostrou-se entusiasmado por uma chapa que fosse representada por um governador do Nordeste. Citando nomes, elogiou o desempenho de líderes da região, como Camilo Santana (PT-CE), Rui Costa (PT-BA) e Paulo Câmara (PSB-PE). Sobre o governador pernambucano, disse que “o admira” e que Câmara “tem todos os predicados para ser presidente”. As declarações foram feitas na manhã desta terça-feira (11), durante entrevista à Rádio Clube.
“Temos uma geração de governadores de grande qualidade. Paulo Câmara tem todos os predicados para ser presidente, se o PSB não desorganizar esse jogo, ele seria uma ótima alternativa. Se ele colocar o nome dele pelo PSB, eu seria um dos entusiastas para tentar construir um apoio junto com ele. Eu gosto dele, o admiro muito, trabalhamos juntos”, declarou.
Maia também desmentiu que a menção aos governadores sugeridos teria sido uma brincadeira. “Nós temos muitos amigos candidatos, começamos a cotar mais nomes, as pessoas ficam com raiva da gente. Já falei para o Paulo Câmara, a minha tese é que nós deveríamos ter um governador do Nordeste encabeçando a chapa”, e brincou, dizendo: “se começar a dar nomes, daqui a pouco o Ciro (Gomes) briga comigo”.
Camilo Santana, governador do Ceará, também foi lembrado pelo seu desempenho no estado, um dos principais polos econômicos do Nordeste. No entanto, para o centrista, o que inviabiliza a candidatura de Santana é a filiação ao Partido dos Trabalhadores, que vem com o peso de ser “o partido de Lula”. Além disso, Camilo possui relações estreitas com Ciro Gomes (PDT), que é aspirante a candidato em 2022.
Sobre a tal terceira via, Rodrigo Maia só acredita em um resultado de sucesso caso haja união das frentes. Na opinião do deputado, Lula e Bolsonaro representam não somente uma forte polarização, mas também são figuras individualmente difíceis de se derrotar.
“É preciso, primeiro, descobrir por onde um candidato de centro-esquerda ou de centro-direita entra. Bolsonaro é resiliente. Com todos os erros e com todos os absurdos dele, ele mantém um percentual alto de avaliação, para o desastre que é o Governo, ao menos do meu ponto de vista. Do outro lado, o ex-presidente Lula também não parece que vai sair do patamar que está hoje. Então, para um candidato entrar nesse centro, ele vai ter que gerar alguma expectativa para o eleitor que não quer o PT, mas que já viu qual é o desastre do Governo Bolsonaro”, prosseguiu.
Apesar dos elogios tecidos a Camilo e Ciro, acredita que na centro-esquerda, as candidaturas são mais dificilmente viabilizadas pela mancha atrelada à esquerda brasileira. Mas que, ainda assim, de todos os candidatos do Centro, o mais forte ainda é Ciro Gomes, que dialoga melhor com a centro-esquerda. Já Maia, diz se identificar mais com a centro-direita, mas que não vê problema em dialogar com ambas as alas para solidificar um projeto com potencial.
“Fico mais atrelado a um projeto de centro-direita, não tenho qualquer problema nisso, apesar de eu achar que tem que estar todo mundo junto. Para mim, a grande aliança seria PSDB e PDT. Seria uma demonstração de desprendimento de todos. Depois, numa regra, construir o nome de um presidente e do vice”, continua o ex-presidente da Câmara.
Ainda sobre as Eleições 2022, repete a fala que mais circula entre os debates das próximas presidenciais: para derrotar a polarização, é preciso unificar as propostas.
“Acho que todo mundo tem que ter a compreensão que o melhor caminho é que todos esses candidatos estejam unidos. A convergência de uma agenda que consiga construir consensos. Do jeito que vai, corremos o risco de que esse centro já vá largar derrotado. Se tiver três, quatro candidaturas, acho muito difícil com isso conseguirmos desmontar a polarização Lula-Bolsonaro”, concluiu.