Vacina: Temer é chamado para negociar insumos com a China
O ex-presidente tem um bom relacionamento com a China e pedido já chegou ao presidente chinês. Expectativa é que insumos sejam liberados até o fim do mês
Diante do impasse diplomático entre o Brasil e a China, o Governo de São Paulo pediu que o ex-presidente Michel Temer (MDB) entrasse nas negociações para liberar a importação dos princípios ativos, necessários para a fabricação da vacina CoronaVac no Instituto Butantan.
Segundo informado pelo Estado de São Paulo, na última terça-feira (19), Temer entrou em contato com Li Jinzhang, ex-embaixador da China no Brasil, com quem tem boas relações, para que ele intercedesse pelo Brasil juntamente ao presidente chinês Xi Jinping.
O jornal aponta que Li Jinzhang, que hoje trabalha no palácio do presidente chinês, afirmou que levaria o pedido para a liberação dos insumos diretamente ao líder da China.
O Governo de São Paulo, que colocou Temer nas negociações por saber de sua boa relação com o governo chinês, acredita que até o final do mês seja liberado 11 mil litros de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), que podem produzir mais de 11 milhões de doses da vacina.
No entanto, se isso acontecer, quem deve receber a primeira metade dos IFAs é o governo paulista. O governo federal só deve receber a outra metade em uma segunda etapa que ainda não tem data prevista.
Embora essa necessidade de interseções seja visível, o governo brasileiro nega divergências políticas com a China e até montou uma força tarefa - além das tratativas do Governo de São Paulo - para negociar a importação do insumo.
No entanto, o próprio presidente Jair Bolsonaro já desacreditou a segurança e eficácia da CoronaVac citando a sua "origem". O produto foi desenvolvido pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.