Poluição de santinhos no dia da eleição preocupa Emlurb
Os materiais de campanha só podem ser distribuídos até o sábado (14), mas é comum ver um mar de sujeira, que resulta em acidentes, nos arredores dos locais de votação
Embora ilegal, uma das tradições das eleições municipais é a poluição que toma conta da cidade. No domingo do pleito, o entorno dos locais de votação geralmente acumula os famosos santinhos, que muitas vezes resultam em acidentes. De acordo com a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), cerca de 50 toneladas de lixo foram retiradas das ruas do Recife só no domingo do último pleito.
“A eficácia deles para a eleição eu não sei, mas para a limpeza urbana é péssima. Suja muito a cidade e quando começamos a fiscalizar os pontos de votação, a gente já encontra uma grande quantidade de santinhos jogados. Às 6h da manhã, já encontramos tudo muito sujo”, afirma o gerente geral de Fiscalização e Limpeza, Avelino Pontes, que criticou o derramamento dos materiais de campanha tipificado como crime eleitoral no art. 39 da Lei 9.504/97.
Na maioria dos casos, os eleitores não são responsáveis pelo lixo, que na verdade é despejado por cabos eleitorais durante a madrugada do próprio domingo. Avelino aponta que os envolvidos na campanha aproveitam o horário de baixa fiscalização do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). “Se der uma chuva, boa parte desse lixo vai entupir as galerias, canais e uma parte pode chegar até às praias”, aponta.
O acirramento da disputa à Prefeitura do Recife, que conta com 11 concorrentes, e o material de campanha dos 896 candidatos à Câmara Municipal, preocupam a Emlurb, que espera uma queda significativa de lixo no segundo turno. Entretanto, o gerente lembra que, embora em proporção bem menor que os panfletos, o lixo dos comércios nos arredores das zonas eleitorais e as máscaras usadas como barreiras para a Covid-19 também podem agravar a sujeira.
Com a disponibilidade de 542 profissionais no domingo (15), o gerente da Emlurb informa que a quantidade de varredores é a mesma que em um domingo comum, o que muda é a distribuição pelo município. “Eu vou deixar de limpar outros locais da cidade para limpar os locais de votação”, explica Avenilo sobre a necessidade de remanejamento.