'Ronnie Lessa vai te pegar'. Candidata é ameaçada de morte
Lessa é acusado de assassinar a vereadora Marielle Franco em 2018. Benny Briolly (PSOL), que é candidata em Niterói (RJ), prestou queixa das ameaças
Após divulgar um vídeo para a sua campanha como vereadora de Niterói, no Rio de Janeiro, a candidata Benny Briolly (PSOL) recebeu, em suas redes sociais, uma série de xingamentos e ameaças de cunho racista e LGBTfóbico, que incluíram a ameaça de morte mencionando o nome de Ronnie Lessa, acusado de assassinar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
Os ataques foram organizados por membros do grupo “Niterói quer ter Prefeito!” no Facebook, com cerca de 17 mil membros, e começaram quando Benny publicou o vídeo da deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) apoiando a campanha dela. Benny foi assessora de Talíria nos mandatos de vereadora e deputada.
Em suas redes sociais, a ex-assessorada da aspirante também já compartilhou as ameaças que vem recebendo, cujas mensagens apresentam o mesmo teor.
Briolly recebeu mensagens como “Ronnie Lessa vai te pegar. Metralhadora nela” e “Ronnie Lessa já está de olhos em vocês. Cuidado com a metralhadora de excluir maconheiros", dentre várias outras mencionando a sua condição de mulher negra e travesti.
Nessa quarta-feira (21), a psolista foi até a 76ª delegacia de polícia, em Niterói, e registrou um boletim de ocorrência. Através da sua página oficial no Facebook, relatou todo o processo.
“Niterói precisa enfrentar o fascismo! A violência política no Brasil se aprofunda cada vez mais. O Brasil é um país perigoso para aqueles que lutam. É o país que mais mata defensores dos direitos humanos no mundo, o que mais mata travestis e transsexuais, o quinto em feminicídios e onde morre um jovem negro a cada 23 minutos”, publicou na rede social.
Benny Briolly também compartilhou com os seus seguidores um outro relato, sobre ameaças ocorridas pessoalmente, na semana passada. Segundo a candidata, eleitores do presidente Jair Bolsonaro dispararam xingamentos misóginos enquanto ela e suas colegas de campanha trabalhavam.
“Chegaram a nos intimidar nas banquinhas, dizendo que deveríamos morrer. Vale dizer que, além de mim, estavam apenas jovens, em sua maioria mulheres, que fazem parte da nossa campanha”, comentou.