Bolsonaro aponta campanha de desinformação sobre Amazônia

Segundo Bolsonaro, 'os incêndios acontecem praticamente, nos mesmos lugares, no entorno leste da Floresta, onde o caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência, em áreas já desmatadas'

ter, 22/09/2020 - 12:25
EVARISTO SA Presidente Jair Bolsonaro EVARISTO SA

O presidente Jair Bolsonaro garantiu nesta terça-feira (22), em seu pronunciamento na abertura da 75ª sessão da Assembleia Geral da ONU, que o Brasil "é vítima de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal", regiões atualmente devastadas por incêndios.

"A Amazônia brasileira é sabidamente riquíssima. Isso explica o apoio de instituições internacionais a essa campanha escorada em interesses escusos que se unem a associações brasileiras, aproveitadoras e impatrióticas, com o objetivo de prejudicar o governo e o próprio Brasil", disse Bolsonaro em um discurso virtual pré-gravado em razão da pandemia de coronavírus.

Ele fez particular referência à campanha "Defundbolsonaro.org", lançada no início deste mês por várias ONGs, pedindo que qualquer investimento no Brasil seja vinculado a compromissos firmes para a preservação da Amazônia.

A campanha, à qual aderiram celebridades como o ator americano Leonardo DiCaprio, tem como slogan: "Bolsonaro incendeia a Amazônia. De novo. De que lado você está?".

Para o presidente, "nossa floresta é úmida e não permite a propagação do fogo em seu interior. Os incêndios acontecem praticamente, nos mesmos lugares, no entorno leste da Floresta, onde o caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência, em áreas já desmatadas".

Desde o início do ano, foram identificados 71.673 incêndios na Amazônia, 12% a mais que no mesmo período do ano passado.

Já no Pantanal, maior área alagável do planeta e santuário de biodiversidade, os incêndios mais que triplicaram.

De acordo com os últimos números oficiais, 1.358 km2 foram desmatados na Amazônia no mês passado, 21% a menos que em agosto de 2019.

Mas se forem levados em conta os dados coletados desde janeiro, a queda é de apenas 5% em relação a 2019, ano de todos os recordes.

O presidente Bolsonaro afirmou ainda que, "apesar da crise mundial, a produção rural não parou. O homem do campo trabalhou como nunca, produziu, como sempre, alimentos para mais de 1 bilhão de pessoas. O Brasil contribuiu para que o mundo continuasse alimentado".

"Garantimos a segurança alimentar a um sexto da população mundial, mesmo preservando 66% de nossa vegetação nativa e usando apenas 27% do nosso território para a pecuária e agricultura. Números que nenhum outro país possui", garantiu.

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