Campanha contra Bolsonaro espalha 72 outdoors em PE
"Fora Bolsonaro: inimigo da educação e do povo" é o nome da campa assinada por entidades sindicais
Nesta segunda-feira (31), em alguns municípios de Pernambuco, os moradores puderam conferir 72 outdoors com a figura do presidente Jair Bolsonaro personificando "a morte". A campanha "Fora Bolsonaro: inimigo da educação e do povo", assinada por entidades sindicais e pelo 'Amigos pela Democracia', liga a imagem do presidente a cortes na educação, ao desemprego e, principalmente, ao "descaso" com a vida dos 120 mil brasileiros mortos vítimas da Covid-19.
A ação é produzida pelos seguintes sindicatos: Adupe, Aduferpe, Sindsifpe, SindsIFSertão, Sindunivasf e Sinasefe-CMR. Os outdoors ficarão expostos até o dia 15 de setembro. Os valores da campanha foram custeadas por meio de uma vaquinha que reuniu 350 professores, estudantes, médicos, advogados e servidores públicos. Confira, na íntegra, o manifesto assinado pelos sindicatos:
A Articulação das Entidades Representativas de Trabalhadores(as) do Ensino Superior e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico em Pernambuco vem a público lançar a campanha Fora Bolsonaro: inimigo da educação e do povo que denuncia o descaso do Governo Federal com a vida das brasileiras e brasileiros, vítimas da Covid-19 e do desmonte dos serviços públicos de Saúde e Educação.
Atingimos a marca das 120 mil vidas perdidas, sem nenhuma resposta efetiva do Governo Federal. O presidente e seus ministros aprofundam o desmonte do patrimônio público e entregam aos banqueiros os recursos que deveriam ser destinados ao combate à Covid-19, à garantia de qualidade de vida dos milhões de brasileiras e brasileiros que sofrem com a pandemia, com o desemprego e com o agravamento da crise institucional que aprofunda as desigualdades sociais.
A Educação Pública, que já tem sofrido com ataques e cortes no orçamento, desde a Emenda Constitucional nº 95, nas Leis Orçamentárias Anuais e “bloqueios” de recursos já previstos na Lei para o funcionamento das Instituições Públicas de Ensino, tem, agora, na previsão orçamentária, a diminuição de R$ 4,2 bilhões para o exercício de 2021.
Os serviços públicos prestados à Nação continuam sendo considerados como despesas, enquanto a quase totalidade da sociedade brasileira depende dos serviços de educação, saúde, segurança e seguridade. Nesta semana fomos surpreendidos com o dado de que há mais brasileiros e brasileiras recebendo Auxílio Emergencial que com carteira assinada. A proposta de Auxílio Emergencial de R$ 600,00 não foi do governo e sim da oposição. A “flexibilização” e a “modernização” da legislação trabalhista, que prometiam gerar milhões de empregos, precarizaram as relações trabalhistas e empurraram milhões para a informalidade. O genocídio dos pobres e pretos é uma política de Estado.
Neste cenário, a Saúde e a Educação públicas não podem continuar sofrendo com a falta de compromisso dos governantes. O SUS se mostrou fundamental na linha de frente do combate à pandemia, pois três quartos da população não têm acesso a plano de saúde e depende dos serviços públicos de saúde. Ainda assim, segundo o Conselho Nacional de Saúde, dos R$ 41,2 bilhões que foram destinados pelo Congresso Nacional para o enfrentamento da Covid-19, apenas R$ 20,7 bilhões foram utilizados pelo Ministério da Saúde, o que se revela como uma política genocida contra o nosso povo.
Este coletivo de educadoras e educadores lamenta a perda de tantas vidas para uma doença, que poderia ter sido evitada, se tratada com mais responsabilidade e cuidado com o nosso povo. Em Pernambuco já ultrapassamos 7.500 mortes e a pandemia continua se alastrando pelo interior do estado. Continuamos a defender o isolamento e o distanciamento social para diminuirmos os impactos da pandemia.
A campanha intitulada FORA BOLSONARO: INIMIGO DA EDUCAÇÃO E DO POVO vem alertar a população sobre a política genocida do governo Bolsonaro e seu projeto de destruição do país. Em tempos em que a educação e a saúde são sucateadas, precisamos das mãos de todas e de todos em favor da democracia, da garantia de nossos direitos fundamentais e da soberania do país. Convidamos a todas e a todos para que se somem e fortaleçam as suas entidades representativas que são instrumentos de luta pelo fim do desgoverno Bolsonaro, na defesa das instituições públicas de saúde, educação, seus docentes, técnicos administrativos, estudantes e comunidades.