Bolsonaro já tem 23 assessores no "Gabinete do Ódio"
Número de contratados para assessoria especial não para de aumentar, superando com folga os 13 funcionários do governo Temer e os 17 do governo Dilma
Presidente distribui cargos para o "centrão", com o objetivo de evitar a abertura de um processo de impeachment. (Marcos Correa/PR)
Antes de assumir a presidência, Bolsonaro prometia reduzir em 30% a quantidade de cargos de administração pública. Nem no Planalto, contudo, o presidente vem conseguindo transformar seu discurso em prática. Só no “Gabinete do Ódio”, conforme ficou conhecida a assessoria especial da presidência, liderada por Carlos Bolsonaro, o presidente já contratou 23 funcionários, mais assessores do que tinham os ex-presidentes Michel Temer (13) e Dilma Rousseff (17). Os dados foram levantados pelo jornal O Estado de São Paulo.
Localizado no terceiro andar do planalto, o “Gabinete do Ódio”, ao lado da sala de Bolsonaro, funciona de forma independente, não aceitando nenhum tipo de interferência da Secretaria de Comunicação (Secom). A assessoria é acusada de elaborar e disparar fake news que manipulam a opinião pública a favor do presidente e contra seus desafetos. Atualmente, o Gabinete do Ódio está na mira da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Fake News.
Com o intuito de barrar as dezenas de pedidos de impeachment de seu mandato, Bolsonaro também passou a distribuir cargos para o chamado “centrão”, bloco de partidos antes criticados por ele e tratados como herança da “velha política”. Alguns dos nomeados já até ocuparam cargos em governos de oposição, a exemplo de Fernando Marcondes de Araújo Leão, que trabalhou no Governo de Pernambuco, sob gestão do Partido Socialista Brasileiro (PSB).