FPA diz que Moro não pediu apoio a ruralistas
Durante almoço com deputados da Frente Parlamentar da Agropecuária, nesta terça (18), o ministro não falou de sua ida ao Senado para esclarecer sobre as mensagens trocadas com procuradores da Lava Jato
Na véspera de sua ida ao Senado para prestar esclarecimentos a respeito da divulgação de supostas mensagens trocadas com procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato, o ministro Sergio Moro, da Justiça e Segurança Pública, almoçou com deputados da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). O encontro, segundo o presidente da FPA, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), estava marcado há 45 dias. Moro deixou o evento sem falar com a imprensa.
Moreira disse a jornalistas que a bancada, composta atualmente por 257 parlamentares, sendo 32 senadores, não irá apoiar o ministro formalmente no Congresso. O parlamentar afirmou ainda que Moro não chegou a solicitar apoio dos integrantes da FPA. "Ele está absolutamente tranquilo para prestar esclarecimento sobre o que ele sabe e sobre o que ele acha que é correto", afirmou.
A bancada ruralista é a maior frente parlamentar do Congresso Nacional. Na avaliação de Moreira, o ministro tem obrigação de dialogar com o Congresso para que os projetos que pretende implementar em sua pasta sejam aprovados na Câmara e no Senado, ao justificar a presença de Moro no evento.
O líder da FPA disse que o convite foi feito para que parlamentares e o ministro pudessem discutir políticas de segurança pública no campo e na cidade. No encontro, foram abordadas, entre outras questões, o porte e posse de arma em propriedades rurais e o contrabando de mercadorias.
Sessão no Senado
Moro participa nesta quarta-feira, 19, de uma sessão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Na tentativa de evitar pressões para a abertura de uma CPI, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e outros senadores aconselharam o ministro da Justiça a se antecipar para comparecer de forma espontânea ao colegiado.
O site The Intercept Brasil publicou conversas atribuídas a Moro e a procuradores da Operação Lava Jato em Curitiba nas quais o ex-juiz supostamente teria sugerido mudança de ordem nas fases da investigação, além de dar conselhos, fornecer pistas e antecipar uma decisão a Dallagnol.