Jean Wyllys sobre cuspir em Bolsonaro: 'não me arrependo'
O ex-deputado disse que se orgulhava do ato e ponderou que reagiu a xingamentos do agora presidente da República
Ex-deputado federal pelo PSOL, Jean Wyllys afirmou, na noite dessa quinta-feira (12), que não se arrepende de ter cuspido no rosto do atual presidente Jair Bolsonaro (PSL) no dia da votação da admissibilidade do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), no plenário da Câmara, em 2016.
"Eu não me arrependo de nada, eu tenho orgulho", declarou ao rever o episódio durante entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo. Wyllys disse que no momento entrou em uma espécie de “transe” ao ouvir xingamentos do então deputado federal. "Naquele momento, naquela hora, foi a reação que eu tive", completou.
Indagado sobre o porquê daquela atitude, o ex-parlamentar observou: “era um acúmulo de tudo... de anos de assédio moral, de violência contra mim, de xingamentos sem que as pessoas reagissem, de uma naturalização daquela violência que ele praticava, de ele tratar minha homossexualidade como um meio de me difamar."
Jean Wyllys, que abdicou do terceiro mandato de deputado federal e deixou o Brasil, concedeu entrevista ao jornalista Pedro Bial em Berlim. O baiano também salientou, durante a conversa, que foi uma espécie de “escada” para a eleição de Bolsonaro à Presidência e ponderou que não tinha dúvidas da vitória dele.
“Eu sabia porque eu fui o laboratório para tudo que Jair Bolsonaro fez depois. Eu fui a cobaia e a escada que ele utilizou”, declarou, “Até eu chegar no parlamento, ele era um político paroquial, conhecido no Rio de Janeiro, desqualificado, do baixo clero”, acrescentou.
Ainda na ótica de Jean, a direita preferiu fechar os olhos para o crescimento do movimento que resultou na eleição do atual presidente.
“Nós, que somos as minorias, que percebíamos o que estava se passando. Que aquilo que era dito nas manifestações sobre Paulo Freire, os gays, os negros, as mulheres, aquilo que ia interpelar os preconceitos de outras pessoas e ia ter hegemonia. E foi o que aconteceu”, cravou.
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