Bolsonaro: tuitadas e falas polêmicas dos últimos 100 dias
Desde que assumiu a gestão do país, o presidente vem somando discursos e argumentos que geraram repercussões negativas
Nesta quarta-feira (10) completam-se 100 dias do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e desde que assumiu o comando do país, ele vem protagonizando polêmicas e disparando argumentos que rendem críticas.
No período, o presidente, por exemplo, já permitiu o posse de armas para o cidadão, uma das promessas de campanha; demonstrou a influencia dos filhos na administração do país, fez insinuações contra o Carnaval de rua e recomendou que as Forças Armadas comemorassem os 55 anos do início da ditadura militar.
Com a ajuda do seu fiel perfil no Twitter, meio utilizado com frequência para anunciar medidas do governo e expor posicionamentos e críticas sobre alguns assuntos, Bolsonaro deu o que falar.
Logo nos primeiros dias, o presidente disse na rede social que “respeitando a vontade popular manifestada no referendo de 2005, devolvemos aos cidadãos brasileiros a liberdade de decidir” como se defender e sua família, referindo-se a liberação da posse de armas para os brasileiros.
Outro episódio que marcou foi o fato do filho de Bolsonaro, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSL), dizer no Twitter que o ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gustavo Bebianno (PSL), estava mentindo ao afirmar que tinha conversado com o presidente sobre as investigações de candidaturas laranjas no PSL. Bolsonaro compartilhou o argumento do filho, asseverando que o então ministro era um mentiroso. Bebianno terminou deixando o governo.
Já no Carnaval, duas posturas do presidente chamaram a atenção. Ele publicou um vídeo que mostrava um homem com os órgãos genitais expostos durante um bloco de rua.
“Não me sinto confortável em mostrar, mas temos que expor a verdade para a população ter conhecimento e sempre tomar suas prioridades. É isto que tem virado muitos blocos de rua no carnaval brasileiro. Comentem e tirem suas conclusões”, dizia o texto que acompanhava o vídeo, causando disparos contra o presidente.
As imagens foram consideradas impróprias pela plataforma. Um dia depois, Bolsonaro questionou: “o que é golden shower?”, ampliando ainda mais as polêmicas.
Neste meio tempo, além das redes sociais, o presidente fez discursos que repercutiram. Capitão da reserva e com oito ministros de origem militar, ele chegou a dizer, em um evento no Rio de Janeiro, que a missão de governar o país seria cumprida ao “lado de pessoas do bem” e que apenas quando as Forças Armadas quer é que existe democracia.
“A segunda missão será cumprida ao lado das pessoas de bem do nosso Brasil, daqueles que amam a pátria, daqueles que respeitam a família, daqueles que querem aproximação com países que têm ideologia semelhante à nossa, daqueles que amam a democracia e a liberdade. E isso, democracia e liberdade, só existe quando a sua respectiva Forças Armadas assim o quer” (sic), disse o presidente, durante cerimônia de aniversário do Corpo de Fuzileiros Navais em março.
Também em discursos, Jair Bolsonaro chegou a dizer, durante viagem aos Estados Unidos, que maioria dos imigrantes “não tem boas intenções”. Depois da afirmativa soar negativamente no Brasil, ele voltou atrás e amenizou o discurso.
Ainda sobre as viagens realizadas até agora, o presidente publicou no Instagram, enquanto estava visitando Israel, uma foto atirando com uma arma de guerra. “O que torna uma arma nociva depende 100% das intenções de quem a possui”, argumentou. A imagem recebeu mais de 17 mil comentários, entre apoios e críticas pela postura.
Entre os últimos 100 dias, Bolsonaro também recomendou que o Exército brasileiro comemorasse o aniversário dos 55 anos do golpe militar no país, que resultou em um regime ditatorial de 21 anos. A medida causou reação não apenas verbal, de parlamentares e da população, mas de órgãos como o Ministério Público Federal (MPF) que repudiou a ação. Depois, Bolsonaro voltou atrás na palavra “comemoração”, mas não surtiu efeitos positivos.
Neste meio tempo, também surgiu uma polêmica sobre a comemoração de outras iniciativas que marcaram a história de países europeus, como o nazismo. Bolsonaro chegou a dizer que não tinha "dúvida" de que nazismo era de esquerda. E foi rebatido pelo próprio vice, Hamilton Mourão: "De esquerda, é o comunismo, não resta a mínima dúvida".
Mais recentemente, uma nova declaração rendeu alfinetadas a Bolsonaro. Ele disse: “desculpem as caneladas, não nasci para ser presidente, nasci para ser militar”. A frase gerou ironias de opositores.