No Recife, Maia diz que não tem "intimidade" com Bolsonaro
O presidente da Câmara dos Deputados disse que os poderes devem se manter independentes para que o presidente não queira interferir no Congresso
A rápida passagem do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), no Recife deu o que falar. Em coletiva de imprensa, na noite dessa quinta-feira (14), o democrata não só falou que os trabalhadores terão tempo de "desfrutar" de suas respectivas aposentadorias, como também jogou uma indireta para o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmando que não tem intimidade alguma com ele.
A declaração foi no momento em que Maia foi questionado sobre o que achava da possível demissão do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustabo Bebianno (PSL). Ele, na resposta, disse que quem escolhe os ministros é Bolsonaro e que os poderes são independentes. "Eu tenho uma ótima relação com o ministro bebiano, eu acredito que ele tem muita condição de ajudar não apenas na previdência, mas na articulação do governo, não apenas com o Parlamento, mas com outros segmentos da sociedade, mas essa decisãoo se ele fica ou se ele não fica, é uma decisão do governo", falou.
"Eu tenho a minha opinião, que a situação ficou um pouco confusa com interferência de familiares, eu acho que isso gera uma certa insegurança, mas eu não tenho nenhuma intimidade com o presidente da República e nem tenho que cumprir esse papel como presidente da Câmara, muito pelo contrário, os poderes, ou a gente mantém relação respeitosa, mas independente dos poderes ou amanhã ele vai querer também, o presidente da República, interferir na Câmara dos Deputados", alfinetou.
Maia, depois de desconversar, confessou que gostaria que Bebianno ficasse no governo. "Acho que é um bom ministro, que ajuda o governo, que ajuda o Brasil, mas a decisão dele ficar ou não é do próprio presidente da República".