O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta terça-feira, 23, em Davos, na Suíça, que tem sido frequentemente abordado para ser candidato à Presidência da República nas eleições deste ano.
"Isso é recorrente. Sempre tem essa história. É normal", disse a jornalistas. Ele acrescentou, ainda, que sua resposta é a mesma que tem dado oficialmente à imprensa nos últimos meses: de que está 100% focado na economia e que, em abril, decidirá sobre a candidatura. Meirelles está em Davos para participar do Fórum Econômico Mundial.
Questionado sobre a possibilidade de complementar alguma chapa como vice-presidente, o ministro descartou imediatamente a hipótese. "De jeito nenhum".
Lula
Na véspera do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Meirelles evitou dar um palpite sobre o desfecho da vida política do petista. Ele voltou a avaliar, no entanto, que a participação de Lula como candidato na corrida presidencial deste ano poderia ser um bom momento para um julgamento pela população brasileira.
"Não me compete dar opinião sobre isso. Não dou opinião sobre ações da justiça. Decisão judicial se obedece", afirmou. Para ele, é preciso separar a decisão política da judicial. "Isolando a judicial, a candidatura é positiva. Dá aos eleitores a oportunidade de julgar", considerou.
O ministro, que foi presidente do Banco Central durante todo o governo do petista, salientou que, até 2002, tinha propostas mais radicais. "Ele fez a carta aos brasileiros e não foi levado muito a sério. Quando assumiu, me convidou e fez uma administração fiscal conservadora, foi surpresa positiva para o mercado", lembrou.
O que o PT defende agora, na avaliação de Meirelles, é diferente do que fez. Mais importante ainda, continuou, é que o governo de sua sucessora, Dilma Rousseff, foi muito mais diferente, principalmente em relação à mudança de orientação fiscal. "Foi completamente em outra linha."
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