"É o ano mais violento do século em Pernambuco"
O presidente do Sinpol em Pernambuco, Áureo Cisneiros disse que um dos maiores motivos para esse título lamentável é que o programa Pacto pela Vida faliu
Antes do início do evento organizado pelo Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) para discutir sobre segurança pública, na noite desta sexta-feira (24), o presidente do sindicato em Pernambuco, Áureo Cisneiros, em entrevista ao LeiaJa, foi categórico ao falar sobre o tema. Ele se demonstrou preocupado com o cenário de violência no estado e garantiu: "É o ano mais violento do século em Pernambuco".
O presidente disse que um dos maiores motivos para esse título lamentável é que o programa Pacto pela Vida faliu. "Pernambuco nunca teve uma situação dessa de violência extrema a esse ponto. Já vínhamos apontando a falta de investimentos e a consequência está aí: o colapso na segurança pública".
Para Cisneiros, a falta de diálogo com o Governo de Pernambuco agrava a situação. "Não há diálogo com a sociedade civil, com as entidades classistas e tudo isso está refletindo em números muito ruins do Pacto. Desde 2009 não há uma conferência para discutir a segurança no estado", reiterou.
Ele falou que o evento desta noite, que vai contar com a presença do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) e do delegado Marcelo Barros, é de extrema importância porque o tema é o que mais preocupa a sociedade pernambucana e os policiais.
O evento, que tem como tema "Segurança Pública: desconstruindo mitos na busca de soluções", também vai debater as atuais condições de trabalho que, na avaliação de Áureo, são muito precárias. Outro assunto que deverá ser abordado é a necessidade de valorização da classe. "Que ainda não existe. Além disso, é preciso políticas públicas não apenas foçada na repressão como também na prevenção à violência".
Cisneiros falou que esse é o primeiro ciclo de palestras que vai acontecer no Sinpol e que diversas outras serão agendadas. "É isso que queremos apontar: as deficiências, qual o caminho que vamos indicar para ser trilhado e juntar sugestões para enviar ao governo. Queremos colaborar com a segurança porque do jeito que está não toleramos mais".