Tadeu Alencar diz que o 'distritão' fragilizaria partidos
O parlamentar comemorou a rejeição da proposta pela Câmara dos Deputados
O deputado federal Tadeu Alencar (PSB) considerou acertada a decisão da Câmara dos Deputados em rejeitar, na sessão dessa terça-feira (19), a proposta de adoção do “distritão” como modelo de transição nas eleições de 2018 e 2020. Para o pessebista, a aprovação do “distritão” seria um retrocesso, por este “ser um modelo que fragiliza os partidos não contempla as minorias e prestigia apenas aquele que tem estrutura econômica ou de personalidades famosas, com forte apelo na mídia”.
Depois de muitas idas e vindas, o plenário da Câmara rejeitou a mudança por 238 contra 205 votos. Por se tratar de uma emenda à Constituição, o texto precisava do voto favorável de 308 dos 513 deputados.
O distritão seria a transição para a implantação do sistema distrital misto a partir de 2022. Se fosse aprovado, o sistema de escolha de deputados federais, estaduais e vereadores nas duas próximas eleições se tornaria majoritário e seriam eleitos os candidatos mais votados em cada Estado.
"O distritão não pode ser um motivo alvissareiro. Um modelo que, mesmo transitoriamente, fragiliza os partidos, é personalista, aposta nas individualidades, não permite a representação das minorias, o recorte de gênero, ele é a lei dos mais fortes, é o topo da cadeia alimentar. Se a gente pretende numa reforma política diminuir a influência do poder econômico eu penso que o distritão acentua esta influência", argumentou Tadeu Alencar, em palestra recente sobre o assunto na Fundação Fernando Henrique Cardoso (FFHC).
Atualmente, o sistema de voto no Brasil é o chamado proporcional. Para um deputado ser eleito, é preciso fazer um cálculo entre o número de votos que ele recebeu e o coeficiente eleitoral atingido por seu partido ou coligação.