Geraldo quer dar presente ao mercado imobiliário, diz Ivan
Oposicionista disse que se recusava a votar "sim" ao projeto de autoria do executivo, que aumenta os prazos relativos para aprovação de projetos de construção, alvarás de construção e licenças ambientais
No plenário da Câmara de Vereadores do Recife, Ivan Moraes (PSOL) disse que se recusava a votar "sim" ao projeto de lei nº 11/2017, de autoria do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), que aumenta os prazos relativos para aprovação de projetos de construção, alvarás de construção e licenças ambientais na capital pernambucana. A votação acontece na tarde desta terça-feira (27).
Em seu pronunciamento, Ivan Moraes declarou que o projeto faz parte do "pacote de presentes" que a Prefeitura do Recife quer oferecer ao mercado imobiliário. "Novo Recife entre aspas. Não foi para isso que ocupamos aquela área. Esta câmara não pode mais dar um aval para o empreendimento, por isso vamos votar contra esse projeto", disse.
Segundo o vereador, não se pode "sob a desculpa" de que a crise inviabilizou muitos empreendimentos, esticar os prazos de licenças para aprovação de obras. Ele disse que alguns prazos que eram de um anos passaram para três. "Ninguém aqui vai ser contra o que vai gerar empregos, o que não pode é utilizar a crise como desculpa de empresas a se abster de regular as instâncias. Os terrenos privados têm donos, mas precisam ser seguidas regras, por isso existe a prefeitura, por isso que existe burocracia".
"Um voto sim no PL 11/2017 representa o mercado imobiliário, diferente do que a sociedade quer discutir: uma cidade para todo mundo. Um voto que representa um pequeno segmento que é controlar a construção urbana da cidade. Esta Câmara tem a oportunidade de dizer que representa as pessoas e não as empresas".
Ivan, no entanto, disse que reconhece "o esforço da prefeitura e vereadores, no pouco tempo que tivemos, fazer o discurso" e que não é "mérito" da atual gestão termos uma cidade que não foi planejada para as pessoas.
Contra a opinião do psolista, o vereador Wanderson Florêncio (PSC) enfatizou que o projeto visa "desburocratizar em um momento da tanta crise". "São mais de 100 empreendimentos de cunho geral, amplo, que estamos alongando o prazo", justificou ao também ressaltar que se, caso essas obras tivessem que iniciar novamente por ter perdido o prazo, seria "travar o crescimento da cidade".