Betinho Gomes quer sistema político “mais estável”
O deputado federal, que foi citado na lista da Odebrecht, é relator da PEC 282/16, que é a favor do fim de coligações entre partidos a partir de 2020
Após ter o seu nome citado na temida lista da Odebrecht e esperar alguns dias passarem, o deputado federal Betinho Gomes (PSDB) voltou a falar sobre a PEC 282/16, que propõe alterações no sistema eleitoral brasileiro. Ele, que é relator da proposta, concluiu nesta quarta-feira (19) a leitura do parecer na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
De autoria dos senadores Aécio Neves (PSDB) e Ricardo Ferraço (PSDB) e já aprovada pelo Senado Federal, a PEC prevê a possibilidade da criação de cláusula de desempenho para as legendas que irão disputar as eleições de 2018 e o fim de coligações entre partidos a partir de 2020.
Betinho declarou que a proposta de emenda será essencial “para reduzir a quantidade de partidos que estão sendo criados no Brasil e isso, certamente, é um passo decisivo para que a gente possa ter um sistema político mais estável, mais claro e ao mesmo tempo em que se dificulte a criação de partidos que tem causado dificuldade, inclusive na discussão de temas importantes no parlamento”.
O tucano também disse que a proposta será a correção de uma “deformação” do sistema político brasileiro. “É um debate rico, importante e que todos os representantes partidários poderão participar e que a sociedade deve acompanhar todo esse processo, pois é um assunto extremamente relevante”, finalizou.
Citado pelos delatores da Odebrecht, Betinho é suspeito de receber duas quantias em vantagens indevidas: R$ 75 mil quando candidato à prefeitura de Cabo de Santo Agostinho, em 2012, e R$ 100 mil já como parlamentar, em 2014, segundo inquérito autorizado pelo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin. O dinheiro teria sido repassado para que a Odebrecht fosse favorecida em empreendimento imobiliário na cidade.
O parlamentar, após a citação do seu nome, se defendeu afirmando que todas as contas de sua campanha foram aprovadas pela Justiça Eleitoral e que “jamais defendeu interesses privados em detrimento do interesse público e que tem total interesse que o caso seja o mais rapidamente esclarecido".