Campanhas eleitorais custaram quase R$ 4 bi a menos
Dados preliminares mostram a queda da arrecadação dos partidos e candidatos, depois que ficou proibida a doação de pessoa jurídica
As campanhas eleitorais de 2016 custaram quase R$ 4 bilhões a menos que a edição de 2012. Esse é um dos dados divulgados neste domingo (2) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após o encerramento das votações nos municípios do país.
Até o momento, os partidos e os candidatos informaram o recebimento total de R$ 2,3 bilhões em doações, mas esse número ainda deve aumentar até terça-feira (4), quando as últimas atualizações no sistema de prestação de contas eleitorais do primeiro turno serão feitas. Em 2012, os valores chegaram a R$ 6,29 bilhões.
A partir deste pleito, a Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997) proibiu as doações de pessoas jurídicas para as campanhas eleitorais. O dinheiro pode vir, entre outras fontes, dos próprios candidatos, de pessoas físicas, de outros partidos e candidatos, além da comercialização de bens e serviços e promoção de eventos de arrecadação realizados pelos candidatos ou partidos e do Fundo Partidário.
“O que se percebe é uma redução significativa quanto ao custo das campanhas eleitorais. Por isso, as campanhas foram mais sóbrias, mais modestas e percebemos que as ruas ficaram mais limpas, porque não houve aquela distribuição de papéis em quantidade como nós já conhecemos”, avaliou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Gilmar Mendes.
Quanto à prestação de contas, Gilmar Mendes acredita que o processo deixou de ser “um faz de contas”, devido ao controle maior do recebimento de doações e gastos das campanhas. Neste ano, as atualizações devem ser feitas a cada 72 horas. Anteriormente, os candidatos só precisavam informar os dados duas vezes durante as eleições. “Estamos fazendo um esforço enorme para que a prestação de contas deixe de ser um faz de contas. E isso se deve também ao trabalho dos tribunais de contas que têm nos ajudado”, frisou.
Para a realização das eleições, foram gastos R$ 650 milhões neste primeiro turno. Em 2012, o custo total chegou a R$ 483 milhões.