Tia Eron diz que votará "com consciência" no caso de Cunha
"Jogaram para a Tia Eron uma responsabilidade que os 'homens' da Casa não resolveram", rebateu a parlamentar que disse ter se sentido pressionada pelos pares e pela imprensa quanto ao voto
Sem revelar como votaria diante do processo de cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a deputada federal Tia Eron (PRB-BA), considerada personagem principal no desfecho que pode sair nesta terça-feira (14), afirmou que os membros do Conselho de Ética tentam jogar para ela a responsabilidade de um assunto que os “homens da Casa não resolveram”.
Ao tentar justificar a ausência da sessão na última terça-feira (7), a parlamentar destacou a necessidade de o colegiado ser “ressignificado”, disparou contra a pressão que os pares têm feito diante do seu voto e pediu desculpas à imprensa porque precisou, como julgadora, se preservar, com imparcialidade, com a livre capacidade de poder decidir nesse momento.
“Estamos aqui como julgadores e como tais, a primeira função que esse Conselho precisa ter é a capacidade de olhar para dentro de si. E se a perdermos, esse Conselho precisa ser ressignificado... Eu não compreendo como é que depois de sete meses, claro, os senhores todos homens não sabem o que é gestar, como é parir esse processo depois de sete meses, então chama "cadê Tia Eron?" para decidir o que vocês, homens, não conseguiram resolver. Então eu vou resolver”, disparou, afirmando que não foi abduzida na semana passada.
O voto de Tia Eron (PRB-BA) é um dos mais aguardados, pois poderá definir se o parecer será rejeitado ou não, de acordo com declarações dos outros participantes do conselho. Nos bastidores, a contabilização dos votos já declarados aponta 10 contrários a cassação e 9 a favor. A parlamentar disse que votará "com consciência".