Anastasia minimiza acusação de pedaladas em Minas Gerais
Senador diz que denúncias são manobra para desestabilizar sua legitimidade como relator do processo de impeachment
Ao chegar para mais uma sessão da comissão especial do impeachment, o relator do processo, Antonio Anastasia (PSDB-MG), minimizou as acusações feitas por deputados estaduais mineiros de que ele também realizou pedaladas fiscais durante o mandato como governador do Estado de Minas Gerais entre 2010 e 2014.
"Eu já esperava esse tipo de manobra", disse o senador argumentando que o objetivo dos parlamentares que apoiam o governo é desestabilizar sua legitimidade para exercer a relatoria do processo de impeachment. "Eu não sou mais governador de Minas há dois anos. O que está em discussão aqui não é a minha atuação, mas a acusação contra a presidente", alegou.
Como adiantou o jornal O Estado de S. Paulo, Anastasia foi questionado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG) sobre a abertura de créditos suplementares além dos 10% autorizados pelo Legislativo na Lei de Orçamento. Anastasia ultrapassou esta cota em todos os anos de seu mandato, com exceção de 2011, quando enviou à Assembleia Legislativa um pedido de ampliação do limite para 18,5%.
Além desta acusação, os deputados estaduais apresentaram um dossiê com documentos mostrando outras duas irregularidades na gestão Anastasia. Uma delas é o chamado Termo de Ajustamento de Gestão (TAG), uma manobra para dar legalidade à redução de investimentos previstos na Constituição para a saúde e a educação. O termo é questionado na Justiça pelo Ministério Público (MP-MG). Anastasia foi acusado ainda de extinguir o Fundo de Previdência do Estado de Minas Gerais (Funpemg) para injetar os recursos em sua administração.
O presidente da comissão, Raimundo Lira (PMDB-PB), também minimizou as acusações contra o relator. "Não vejo nada demais, o senador é um homem afável e correto. É uma história que está no passado e não tem nada a ver com o que está sendo julgado hoje", afirmou.