Paulo Rubem deixa o PDT e cutuca "socialistas"
Ex-deputado e atual presidente da Fundaj reclamou de aliança com o PSB, que está na "oposição conservadora" ao governo Dilma
Em nota oficial, o ex-deputado Paulo Rubem Santiago comunicou sua desfiliação do Partido Democrático Trabalhista (PDT) ao qual esteve vinculado nos últimos nove anos, após deixar o PT. O atual presidente da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) justificou sua saída pela dificuldade de "construção do partido" e pela aliança do PDT ao PSB, que, segundo ele, se coloca no campo da oposição conservadora ao governo Dilma.
Rubem, que renunciou à sua condição de membro da executiva nacional do PDT, aproveitou para cutucar o partido do Governador Paulo Câmara e do prefeito Geraldo Julio, colocando em dúvida se a legenda é realmente socialista, colocando a palavra entre aspas. Confira abaixo a nota na íntegra:
Comunicado à todos: Desfiliação do PDT
Em 2007, após 27 anos, entreguei à Justiça Eleitoral minha desfiliação do PT, partido do qual fui fundador, dirigente, candidato a governador (1990) e parlamentar nas três esferas.
Filiei-me ao PDT pela identidade do partido com as causas nacionalistas, pela defesa do trabalho e, em especial, pela defesa enfática da educação integral, pública e de qualidade. Nesse período, contribui na esfera nacional em diversas oportunidades, propondo e conduzindo seminários, discussões e projetos que em muito contribuíram com o partido e o país. Destaco nessa trajetória, a formação da Secretaria Nacional de Assuntos Econômicos no PDT, em março de 2015, os seminários sobre política monetária e os projetos de lei do plano nacional de educação, no qual aprovei minha emenda dos 10% do PIB e do fundo do pré-sal, onde aprovei outra emenda minha, dos 50% do fundo para a educação.
Porém, em Pernambuco, após quase dez anos, todas as tentativas que fiz para construir a legenda, sem excluir ninguém, foram bloqueadas. O partido não faz eleições, não elege diretórios municipais nem o diretório estadual. Enquanto em outros estados e cidades, os parlamentares mais votados são prestigiados e estimulados à assumirem a condução do partido, em Pernambuco as instâncias provisórias existentes foram, sempre, contrárias ao exercício de nossos mandatos.
Aqui, embora o PDT tivesse integrado uma aliança político-eleitoral estadual, parlamentares e dirigentes do partido, em 2014, apoiaram o PSB, que, por sua vez apoiou o candidato do PSDB no segundo turno. Agora o PDT segue aliado ao PSB e os “socialistas” se colocam no campo da oposição conservadora ao governo Dilma. Por isso entreguei hoje, 11 de março de 2016, ao PDT, a minha desfiliação, renunciando, por isso, à condição de membro da executiva nacional.
Paulo Rubem Santiago