PSB foi oportunista e covarde, crava vice-líder do governo
Para o parlamentar, o anúncio da legenda de ingressar oficialmente na oposição é de “muito cinismo e cara de pau” já que o partido esteve no leque de alianças durante os dois governos de Lula
Vice-líder do governo na Câmara Federal, o deputado Silvio Costa (PTdoB) rebateu, nesta sexta-feira (4), o posicionamento do PSB em oficializar a postura oposicionista à gestão do PT no mesmo dia em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o principal foco da Operação Lava Jato. Para o parlamentar, o anúncio do segmento é de “muito cinismo e cara de pau” já que a legenda esteve no leque de alianças durante os dois governos de Lula e também teve o nome de líderes, como Eduardo Campos e o senador Fernando Bezerra Coelho, citados por delatores da Lava Jato.
“Comportamento oportunista e covarde do PSB. Eles não têm ética nem moral para agredir a presidente Dilma e o presidente Lula. Todo o Brasil sabe que Pernambuco lamentavelmente é um dos epicentros da Lava Jato, por causa do PSB. É muito cinismo e muita cara de pau neste momento querer dar lição de ética no Brasil”, cravou, durante a coletiva de imprensa convocada pelo PT estadual.
Costa acusou o governador e vice-presidente nacional da sigla socialista, Paulo Câmara, de ingratidão e insinuou que se Campos estivesse vivo não assinaria a nota divulgada hoje pela legenda. “Acredito que o ex-governador Eduardo Campos não iria assinar uma nota desta. Todo mundo sabe que desde o primeiro mandato do PSB, em 2007, foi o presidente Lula que alavancou o desenvolvimento de Pernambuco”, lembrou. “Nunca vi tamanha ingratidão numa vida pública”, acrescentou.
Dilma convidou Lula para ser ministro
Sobre a condução coercitiva do ex-presidente para depor na sala da Polícia Federal no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o vice-líder do governo contou detalhes sobre a participação de Lula nos empreendimentos do Guarujá e no Atibaia. Além disso, o deputado afirmou que uma das provas da inocência de Lula é a negativa dele ao convite da presidente Dilma Rousseff (PT) para ser ministro de estado.
“No ano passado, antes de Michel Temer ser convidado para a articulação política do governo, Dilma insistiu para ele o presidente Lula fosse para o governo e virasse ministro dela. Primeiro, se o presidente Lula tivesse alguém link, alguma esfinge que o ligasse a Lava Jato aceitaria ser ministro para ganhar imunidade e ter foro privilegiado, ele não aceitou o pedido de Dilma. O segundo ponto, eu confio, eu confio, eu confio no presidente Lula. Ele é um homem digno”, bradou dizendo que o tríplex no Guarujá não pertence ao petista.
Para Costa, “não tem juiz no Brasil que prove que aquele prédio é do presidente Lula”. Ele também questionou a “inércia da Justiça e de setores da imprensa” diante das acusações que surgem contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador Aécio Neves, ambos do PSDB. Sob a ótica dele, “há uma seletividade” entre quem deve passar por processos ou não.
“Não custava nada fazer um convite ou uma convocação normal para depor. Mês passado ele foi depor em Brasília para a Zelotes. O que custava? A ausência dele em São Paulo?”, questionou.
O deputado disse ainda que Lula deve sair mais forte destas investidas contra ele. “É na dificuldade que a alma cresce. Algo está me dizendo que este era o momento de entrar para o PT”, brincou. “Lula vai sair muito maior deste processo”, acrescentou.
Confira as declarações de Silvio Costa: