Jungmann: governo não tem credibilidade para aprovar CPMF
Para o deputado pernambucano, a presidente deveria propor um conjunto de medidas que incluísse a participação da oposição nas discussões
Mesmo classificando como positiva a presença da presidente Dilma Rousseff (PT) na abertura dos trabalhos legislativos no Congresso Nacional, o vice-líder da oposição na Câmara, deputado Raul Jungmann (PPS), não acredita que o governo tenha credibilidade junto aos congressistas para aprovar a volta da CPMF e a reforma tributária da maneira como propôs.
“Essas propostas não serão aprovadas. Ficarão mais no terreno das intenções do que da realidade”, avaliou o parlamentar. “Dilma destruiu a base da economia e agora quer reconstruir. Este governo não detém capital de confiança para seguir com essas medidas. Se o Lula, no alto do seu prestígio, não conseguiu quórum para aprovar a CPMF, não será agora que terá êxito, em ano eleitoral e com os brasileiros contra o aumento da carga de impostos”, acrescentou.
Sob a ótica do pernambucano, a petista deveria propor um conjunto de medidas que incluísse a participação da oposição nas discussões. “Deveria chamar a oposição para debater problemas reais. Tenho certeza de que não nos negaríamos a participar dessa conversa. Mas a reforma, como está posta, não tem respaldo. O governo tem grau de avaliação de apenas 5%, 6%. Num momento como esse, portanto, não tem cacife eleitoral para aprovar”, ratificou.
Por outro lado, Jungmann projetou que os governistas podem sair vitoriosos em outros dois pontos levantados pela presidente no seu discurso aos congressistas. “No caso da desvinculação da receita, que passaria aos estados e aos municípios, e sobre a limitação dos gastos, existe possibilidade de contar com votos suficientes para levar adiante”, analisou.