PCR anuncia corte de R$ 190 milhões
Redução atinge áreas administrativas como a exoneração de 300 comissionados e o corte das propagandas institucionais em 50%
A Prefeitura do Recife anunciou, nesta quinta-feira (3), o corte de R$ 190 milhões nas despesas da gestão. A medida foi acertada durante uma reunião que acontece no Forte das Cinco Pontas, no bairro de São José, entre os secretários municipais e o prefeito Geraldo Julio (PSB).
Para a economia, a gestão vai demitir 300 cargos comissionados, cortar as propagandas institucionais em 50%, vetar as viagens nacionais e internacionais, exceto aquelas que estiverem destinadas a captar recursos, reduzir a locação de 189 veículos e reavaliar os contratos com terceirizadas e prestadoras de serviços administrativos para reduzir 15% deles.
A redução, de acordo com o secretário de Planejamento e Gestão, Alexandre Rebêlo, vai acontecer paulatinamente até o fim do ano. Apenas o corte de cargos comissionados, que representa um contingenciamento de R$ 11 milhões ao ano, será imediato já neste mês de setembro. Para Rebêlo, as medidas são justificadas pelas projeções econômicas nacionais, a falta de liberação das operações de crédito internacionais e a frustração nas receitas previstas no início do ano.
“Quando a gente olha para frente além da recessão que estamos vivendo, as projeções apontam para um PIB no ano de 2015 negativo. Isso nos coloca numa situação extremamente dura no ponto de vista financeiro. Porque isso traz uma repercussão nas nossas receitas”, observou o secretário, em entrevista coletiva à imprensa. “As medidas são mais na área administrativas para preservar o serviço a população. Com isso esperamos conseguir fechar a conta”, acrescentou. Para este ano, a previsão é que o Tesouro Municipal tenha um déficit de R$ 290 milhões.
Perda esta que sob a ótica de Rebêlo pode ser revertida a partir de dois fatores: a autorização de operações de créditos internacionais e o resgate de depósitos judiciais, retidos por ainda estarem em votação no Congresso Nacional. “Nós temos uma operação de crédito com o Banco Mundial já negociada desde 2013 e seria extremamente importante para as ações em andamento”, cravou, a PCR pleiteia a liberação de R$ 700 milhões junta a instituição internacional.
Indagado sobre a atual situação fiscal da PCR e se os pagamentos dos contratos e servidores estavam em dia, Rêbelo alegou que sim. “Os pagamentos estão em dias e estamos acompanhando semanalmente a entrada de despesas e receitas. Há um cenário duro, no ponto de vista econômico e que se agrava mês a mês, mas estamos mantendo em dia”, assegurou. O secretário também deixou claro que não deve acontecer nenhum reajuste salarial para os servidores este ano, já que foram firmados acordos em 2014.
Quanto a possível redução de secretarias municipais, o titular da pasta de Planejamento afirmou que “o prefeito não estuda essa medida no momento”. Já se redução atingiria de maneira especial as novas secretarias, o porta-voz da gestão observou que seria um “esforço” uniforme.